INTRODUÇÃO
“Em A Linguística Estruturalista, o linguista italiano Giulio
Lepschy afirma que, de um ponto de vista filosófico-epistemológico, na
descrição dos fatos linguísticos, a grande inovação do estruturalismo foi a
“utilização heurística de modelos” baseados na abstração de determinados
aspectos, considerados pertinentes, “sempre escolhidos entre os que são comuns
a categorias inteiras de fatos linguísticos”.
Carboni,
Florence. Introdução à Linguística. p. 37.
De acordo
com ponto de vista do autor citado acima, este trabalho vem ao encontro com o
objeto de estudo e de pesquisa a LINGUÍSTICA
ESTRUTURALISTA, seu
processo de evolução, suas metodologias, a devida funcionalidade e
desenvolvimento no processo de fala e escrita no contexto da interação humana,
e, por fim, suas contribuições e intensas transformações para a melhoria e
progresso da comunicação na sociedade.
BIBLIOGRAFIA DO PRINCIPAL REPRESENTANTE DA LINGUISTICA ESTRUTURALISTA
Ferdinand de Saussure nasceu na Genebra, na suíça, em 1857, cresceu em uma família de intelectuais protestantes. Com 18 anos iniciou seus estudos linguísticos em Berlin e Leipzig na Alemanha, onde com 21 anos defendeu uma dissertação sobre o sistema primitivo das vogais nas línguas indo-europeias, três anos depois elaborou sua tese de doutorado sobre o uso do genitivo absoluto em sânscrito. Aos 19 anos já era filiado a Sociedade de Linguística de Paris, exercendo cargo administrativo, apresentando diversos trabalhos influenciados por teorias e linguistas ligados à linguística.
Foi professor renomado em uma famosa escola de Paris, por muitos anos, onde já ensinou gótico, o antigo alto alemão, lituano, gramatica comparada ao grego e ao latim. Além de ensinar sânscrito¹ e línguas indo-europeias, fonologia do francês moderno e versificação francesa. Também ficou responsável pela disciplina de linguística geral. Este curso de linguística geral se materializou sob a forma de três cursos que constituem o famoso livro “Curso de linguística geral” de 1916.
LINGUÍSTICA ESTRUTURALISTA
Segundo
autores do dicionário Aurélio define-se ESTRUTURALISMO como uma posição inovadora dos estudos
linguísticos da primeira metade do século XX, na qual entendia-se que a língua
é um sistema estruturado por relações formais e não evidentes para o consciente
dos falantes que ressaltaram maiores números, fundamentando, proposições
que, pela generalização vigorosa, realizassem a descoberta da estrutura, ou
seja, está inserida na área de ciências humanas, inspirando-se no modelo da
Linguística, contempla a realidade social como um conjunto formal de relações.
Origina-se
através dos estudos de Saussure;
- No Brasil o Estruturalismo surgiu na década de 60 onde teve um enorme impacto típico de uma escala dominante, ainda não incorporada à Linguística, era tratado como uma disciplina autônoma, onde muitos autores e pesquisadores da época já tinham uma larga experiência de investigação que por sua vez adotaram o estruturalismo como metodologia de suas práticas. Assim como jovens que não realizavam a Linguística (como era concebida à priori) perceberam-na agora positivamente a partir do novo modelo apresentado, buscando estuda-lo também autonomamente, como aprimorador de suas concepções linguísticas.
AS DICOTOMIAS ENUNCIADAS POR SAUSSURE:
Língua x Fala
A língua é um sistema de valores que se opõe uns aos outros em conjunto de convenções necessárias adotadas por uma comunidade linguística para se comunicar. Ela esta depositada como produto social na mente de cada falante de uma comunidade, que não pode nem cria-lá, nem modificá-la. Delimitada e de natureza homogênea. A língua é um sistema de signos e de leis combinatórios.
A fala é a realização, por parte do individuo, das possibilidades que lhe são oferecidas pela língua. É um ato individual e momentâneo em que interferem muitos fatores extra linguísticos.
Saussure também efetua, em sua teorização, uma
separação entre língua e fala. Para ele, a língua é um sistema de valores que
se opõem uns aos outros e que está depositado como produto social na mente de
cada falante de uma comunidade, possui homogeneidade e por isto é o objeto da
linguística propriamente dita. Diferente da fala que é um ato individual e
estão sujeito a fatores externos, muitos desses não linguísticos e, portanto,
não passíveis de análise.
Sincronia x Diacronia
Saussure enfatizou uma visão
sincrônica, um estudo descritivo da linguística em contraste à visão diacrônica
do estudo da linguística histórica, estudo da mudança dos signos no eixo das
sucessões históricas, a forma como o estudo das línguas era tradicionalmente realizado
no século XIX. Com tal visão sincrônica, Saussure procurou entender a estrutura
da linguagem como um sistema em funcionamento em um dado ponto do tempo
(recorte sincrônico).
Sintagma x Paradigma
O sintagma, definido por Saussure como “a combinação de formas mínimas numa unidade linguística superior”, e surge a partir da linearidade do signo, ou seja, ele exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo, pois um termo só passa a ter valor a partir do momento em que ele se contrasta com outro elemento. Já o paradigma é, como o próprio autor define, um "banco de reservas" da língua fazendo com que suas unidades se oponham pois uma exclui a outra. Pois, o signo linguístico constitui-se numa combinação de significante e significado, como se fossem dois lados de uma moeda.
O sintagma, definido por Saussure como “a combinação de formas mínimas numa unidade linguística superior”, e surge a partir da linearidade do signo, ou seja, ele exclui a possibilidade de pronunciar dois elementos ao mesmo tempo, pois um termo só passa a ter valor a partir do momento em que ele se contrasta com outro elemento. Já o paradigma é, como o próprio autor define, um "banco de reservas" da língua fazendo com que suas unidades se oponham pois uma exclui a outra. Pois, o signo linguístico constitui-se numa combinação de significante e significado, como se fossem dois lados de uma moeda.
A DUPLA ARTICULAÇÃO DA LINGUAGUEM
Segundo A. Martinet, na organização especifica da linguagem humana todo enunciado se articula em dois planos.
No primeiro dividi-se linearmente em unidades significativas: frases, vocábulos e morfemas.Segundo A. Martinet, na organização especifica da linguagem humana todo enunciado se articula em dois planos.
- Exemplo: Nós cantávamos bem.
Dividi-se em três vocábulos:
Nós e bem são indivisíveis em unidades menores e cantávamos decompõe-se em quatro morfemas:
Cada uma destas unidades pode no mesmo contexto ser substituídas por outras no eixo paradigmático:
A dupla articulação, evita a sobrecarga da melhora e economiza na produção e compreensão da linguagem verbal.
- Nós-cantávamos-bem
Nós e bem são indivisíveis em unidades menores e cantávamos decompõe-se em quatro morfemas:
- can-tá-va-mos
Cada uma destas unidades pode no mesmo contexto ser substituídas por outras no eixo paradigmático:
- Nós, eu, vocês
Já na segunda articulação cada morfema se articula em unidades menores desprovidas de significado.
Assim o morfema nós, divide-se em fonemas /n/ /ó/ /s/ podendo ser substituída por outras no mesmo contexto /v/ /ó/ /s/, /v/ /á/ /s/.A dupla articulação, evita a sobrecarga da melhora e economiza na produção e compreensão da linguagem verbal.
Descritivo e Normativo
A linguagem descritiva enumera e classifica a estrutura da frases, morfemas e das regras de combinação destas diferentes unidades. Define, classifica e interpretá sem fazer julgamento.
A linguagem normativa prescreve as normas descriminando os padrões linguísticos e elegendo um deles como de bom uso, muitas vezes de critério social e não linguístico.
Conclusão
A linguagem normativa prescreve as normas descriminando os padrões linguísticos e elegendo um deles como de bom uso, muitas vezes de critério social e não linguístico.
Conclusão
O estruturalismo contribuiu positivamente para a renovação no ensino da língua, principalmente na língua materna onde mostrou a gramatica precária que era ensinada pela escola. Hoje os alunos os alunos falam outra língua, uma língua estruturada com condições de uso e história. Falar o português padrão é uma questão de história social e não burrice.
O conhecimento linguístico que nós como sociedade temos hoje está enraizada no estruturalismo.
MUSSALIN, Fernanda e BENTES Anna Chistina: Introdução a Linguistica Vol. 3. 2004
SILVA, Maria Cecila e KOCK, Ingedore V. Linguistica Aplicada ao Postuguês - Morfologia 2011
ECO, Umberto. A estrutura Ausente. 2005
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