Introdução
Até os fins do século XVIII, os estudos linguísticos eram baseados na
gramática greco-latina, que partia de princípios lógicos e através deles
procurava deduzir os fatos da linguagem e estabelecer normas de comportamento
linguístico. Pressupunha-se uma fixidez da língua; consequentemente, as
descrições gramaticais tinham caráter essencialmente normativo e filosófico.
Originaram-se assim a gramática comparativa e a linguística histórica: a
primeira comparando entre si os elementos de línguas distintas com o objetivo
de depreender-lhes as origens comuns e de reconstruir a protolíngua de que se
originam, e a segunda, procurando explicar a formação e evolução das línguas.
As mudanças linguísticas eram consideradas como fenômenos naturais em contraposição
à fixidez preconizada pela gramática greco-latina.
Ainda no fim do século XIX e começo do século XX, embora dominasse o
ponto de vista histórico-comparativo, alguns linguistas já se preocupavam com a
ideia de que, ao lado de um estudo evolutivo da língua, deveria haver também um
estudo sincrônico e descritivo. Quem realmente rompeu com a visão historicista
e atomista dos fatos linguísticos foi Ferdinand Saussure, ao conceituar a
língua como sistema ao preconizar o
estudo descritivo desse sistema. Nasce assim o estruturalismo como método
linguístico. (KOCH, 1991)
Exemplo:
“Em um jogo de xadrez,
se substituirmos as peças de madeira por marfim, a troca é indiferente, mas se
aumentarmos o número de peças essa mudança atinge a gramática do jogo... O
valor respectivo das peças depende de sua posição sobre o tabuleiro, da mesma
forma que na língua, cada termo tem seu valor por oposição a todos os outros
termos.” (SAUSSURE, 1967)
Toda língua muda com o tempo
Se
tentarmos ler um texto escrito em português na Idade Média, por volta do século
XII, é mais do que provável que nós tenhamos muita dificuldade de entender esse
texto. Segue um teste abaixo:
“Perdud’ei
madre, cuid’eu, meus amigos;
Marcar mi’el
viu, sol non quis falar migo,
e mia sobervia
mi-o tolheu,
que fiz o que
m’el defendeu.”
(Cantiga
d’amigo, século XII).
É
mesmo difícil, não é? Para compreender um texto como este, que é uma cantiga de
amigo, gênero de poesia praticado na Idade Média portuguesa, a pessoa tem de
estudar muito, tem de se tornar um especialista em história da língua e em
literatura arcaica.
Se
nós avançamos um pouco mais no tempo, trezentos anos, por exemplo, e começarmos
a ler o inicio da famosa carta de Pero Vaz de Caminha escrita em 1500, como
reagiríamos?
Senhor,
Posto queo capitam moor desta vossa
frota
E asy ou outros capitãaes screpuam
avossa al-
Teza anoua do achamento desta vossa
terra
Noua que ora neesta nauegaçon
achou, nom
Lixarey tam bem de dar disso minha
comta
Avossa alteza asy como eu milhor
poder
Ajmda que perao bem contar e falar
o silaba
Pior que todos fazer [...]
A
dificuldade já diminuiu, comparado a idade média. A principal diferença está
mais na ortografia e no estilo meio rebuscado do que propriamente no
significado do texto.
Se
compararmos esses dois textos antigos com qualquer texto escrito e publicado
hoje, vamos chegar a uma conclusão: a língua portuguesa mudou. O poema do
século XII, a carta do século XVI e qualquer texto escrito no século XXI são
provas mais do que evidentes de que o rótulo “língua portuguesa” vem sendo
aplicado a “coisas” bastantes diferentes. O poema do século XII foi escrito em
português, a carta de Pero Vaz de Caminha também foi escrita em português e as
manchetes que estão hoje nas bancas de jornal também estão escritas em português.
Por que será, então, que estes textos apresentam tantas diferenças entre si, a
ponto de um falante brasileiro de hoje sentir uma dificuldade cada vez maior à
medida que vai recuando no tempo? A explicação é: o português, como qualquer
língua viva do mundo, sofreu mudanças com a passagem do tempo.
Entretanto,
para que essa mudança lingüística aconteça, é preciso que existam, dentro do
próprio sistema lingüístico, aquelas tendências latentes mais profundas. Por
exemplo, para que o ditongo latino AU se transformasse, numa primeira fase da
língua portuguesa, em OU e, mais adiante (como é a pronuncia corrente atual),
em O-como na seqüência auru - >
ouro> [ôru]-, foi necessário que existisse, no próprio conjunto de
combinação de sons da língua, essa possibilidade de mudança. E o fato de
mudanças desse tipo ter ocorrido em outras línguas pode ser um indício de que
as línguas mudam, também em parte, devido à “tendências inevitavelmente
embutidas na língua por causa da constituição anatômica, fisiológica e psicológica
dos seres humanos”. A monotongação AU em O se evidencia no espanhol e no
italiano (ORO). Em francês também temos OR (“ouro”), além das incontáveis
palavras ainda escritas com o ditongo AU, que, todavia é sempre pronunciado
“ô”: faux (falso), chaud (quente), haut (alto), pronunciadas “fô”, “xô” e “ô”,
respectivamente. Isso ocorre também em línguas de fora do grupo romântico, como
atestam as muitas palavras do inglês, em que o que se escreve AU é pronunciado
como O: author (autor) cause (causa), pause (pausa), etc. Não foi por acaso que
AU veio a ser pronunciado O nessas e em tantas outras línguas mundo afora:
mudança está relacionada à própria fisiologia dos órgãos que os seres humanos
empregam na produção dos sons da fala.
As
pesquisas empreendidas sobre número cada vez maior de línguas humanas têm
demonstrado certa universalidade dos fatores inerentes que provocam a mudança lingüística.
Evidentemente, como explica Aitchsison (2001: 161), “as diferentes línguas não
implementam todas as tendências possíveis de uma só vez, e línguas diferentes
serão afetadas de modos diferentes”. Além disso, as mudanças também ocorrem de
modo diverso e em ritmo diferente dentro das muitas variedades de uma mesma
língua. A mudança au > o, por
exemplo, prossegue em certas variedades do português brasileiro, como demonstra
a pronuncia “sodade”, para o que se escreve SAUDADE.
(BAGNO,
2003)
Pode
ser que o falante não saiba que “jerimum”, palavra muito usada na Bahia,
corresponde a “abóbora”, termo muito mais comum nos estados do Sul e do Sudeste
de nosso país. É, contudo, inegável que, ainda que haja tais diferenças
lexicais nas diversas regiões do país, que falamos a mesma língua. Falamos uma
mesma língua, em São Paulo e na Bahia, com diferenças detectáveis que se
consideram mais comuns num e noutro lugar, ou seja, muitas palavras, em um mesmo país, podem sofrer
variações lingüísticas, possuindo o mesmo significado e desconhecidas por
outras regiões do mesmo país.
Não
importa se algum lugar apenas um dos termos seja usado invariavelmente- fato
que dominamos uso categórico. O que importa, no estudo da variação lingüística
é que ambos os vocábulos podem ser usados para fazer referência a um
determinado fruto, de uma determinada planta, que tem determinado tamanho, uma
determinada cor, enfim, um conjunto de características que não permite que ele
seja chamado “tomate”, por exemplo.
(BELINE,
2004)
Variação linguística: perspectiva
dialectológica
Há
diferenças muito grandes.
Uma
vez eu ‘tava a fala, em Portalegre. [...]
E
depois eu perguntei assim:
_
Ó amigo! ‘Cê fazia favor, dizia-me aqui onde é que era o caminho ... p’ra ir
... [...] ... dizia-me o caminho aqui p’ro ... p’ra Torra de Palma [...]
Dizia-me
assim uma pessoa [...]:
_
Olhe, cê não se engana. Você vai por esta carretêra fora... uma carretêra é uma
estrada, lá [...]. ‘Cê acolá adiante mete p’la linda abaixo _ uma linda é uma
estrema realmente é um nome bem empregado: uma linda é uma estrema; uma estrema
é bonito _ ... Vá pl’ aquela linda fora... lá mais adiante encontra um
arrebenta-diabos... é uma encruzilhada... encontra uma arrebenta-diabo... você
volta à sua esquerda, tá uma b’ redá mal seguida, vai lá ter mêmo ao casal.
Mas
depois mais tarde é que a gente foi descobrir isto: o arrebenta-diabos era um’
encruzilhada [...] e uma b’reda mal seguida era um carrêro... um caminho... um
carrêozito que ia por ali fora.
Tá
a ver? Como isto há diferenças de nomes de terra p’ra terras?!.
(Inquérito
em Montalvo, Santarém – Gravações para o ALEPG, S6, cass. 4, Id. b, m. 1231)
A variação – modo de a língua ser
viva
A
língua que usamos está sujeita a variação. No caso do trecho acima transcrito,
trata-se de variação regional, noutros, será histórica, social, ou situacional.
Estando todas as línguas vivas sujeita aos fatores de mudança, a variação que
deles decorre faz parte integrante da linguagem humana e pode ser estudada e
descrita. Por sua vez, a variação, a hesitação entre diversas formas, ocorrida
num dado momento, produz a um longo termo, mudança na língua.
No
entanto, só se pode estudar a variação se a relacionarmos com algo que consideremos
minimamente estáveis e homogêneos. A maior parte das teorias lingüísticas que
se desenvolveram no século XX faz abstração dos fenômenos de variação lingüística,
por motivos teóricos e metodológicos, estudando as regularidades da língua
enquanto sistema. Mas, na realidade, a língua vive através da diversidade. A lingüística
estruturalista européia (da escola de Eugenio Coseriu), utilizando o prefixo dia-, que significa <ao longo de,
através de>, estabeleceu uma série de compartimentos com o objetivo de
delimitar os campos de estudo da variação: diacronia,
diatopia, diastratia e diafasia.
Fala-se
em variação diacrônica (do grego dia+Kronos, <tempo>) ou histórica, para designar as diversas
manifestações de uma língua através dos tempos. As mudanças que ocorrem nunca
são repentinas, não se dão em saltos bruscos. Há geralmente um período de
transição, onde encontramos variação
sincrônica entre duas ou mais formas concorrentes, acabando uma delas por
prevalecer. A substituição de uma forma por outra é progressiva e nem sempre
sistemática. Cabe à Lingüística
Histórica estudar este tipo de variação.
Existem,
naturalmente, vários níveis em que a variação pode operar: fonético e
fonológico, morfológico, sintático, semântico e lexical. No excerto transcrito
no início deste trabalho, observam-se vários casos de variação lexical – o uso
de palavras diferentes por diferentes comunidades para designar os mesmos
conceitos. Quando, como neste caso, a variação está relacionada com fatores
geográficos – diferentes usos da língua em regiões diferentes – fala-se em variação diatópica (do grego topos, <lugar>) ou geolinguística
ou ainda dialectal. Que foi citado
acima no exemplo de “jerimum” e “abóbora” que são usados um no sul e outro no
sudeste do Brasil. A Dialetologia é
a disciplina que procura descobrir e descrever, tentando identificar áreas mais
ou menos coesas, assim como determinar os fatores que levaram à sua formação.
Sabemos,
por outro lado, que o homem vive integrado numa sociedade, a qual tem a sua
hierarquia, a sua organização própria, os seus grupos. Cada um destes grupos
sociais (etários, socioprofissionais, etc.) possui códigos de comportamento que
o diferenciam dos demais e permite, dentro do grupo, a identificação mútua. O
modo de falar faz parte desse conjunto de códigos. A este tipo de variação
linguística, relacionada com fatores sociais, costuma chamar-se variação diastrática (do grego stratos, <camada, nível>) ou variação social. Cabe à Sociolinguística estudar este tipo de
variação, tentando estabelecer correlações entre variáveis sociais e fenômenos
linguísticos. Foi a Sociolinguística que permitiu observar que <a
heterogeneidade faz parte integrante da economia linguística da comunidade e é
necessária para satisfazer as exigências linguísticas da vida quotidiana>
(Labov, 1982) e que a estratificação do uso da língua na sociedade não é
caótica, obedecendo antes a determinas regularidades, por vezes extremamente
subtis. Alguns linguistas chama sociolecto
a uma variedade linguística que é partilhada por um grupo social, permitido
demarcá-lo em relação a outros. Se a maior parte dessas variedades é, tal como
toda a língua ou dialeto materno, inconscientemente adquirido, transmitindo-se
no uso quotidiano e natural da palavra, existe, no entanto sociolectos que
resultam do desejo de diferenciação de um grupo em relação à sua comunidade lingüística.
É o caso das gírias, que se podem
definir como códigos forjados por determinados grupos como o objetivo de se
tornarem completamente ininteligíveis para os não iniciados. Geralmente, basta
introduzir modificações no léxico ou na configuração ou ordem das sílabas para
que os enunciados se tornem incompreensíveis. Por exemplo, a seguinte frase da gíria
dos antigos vendedores ambulantes de Castanheira de Pera, o laínte:
Aroga os êtres leios que astram
aquimes jordam enroba
Significa:
Agora os três homens que estão aqui
vão embora (Barros Ferreira, 1985).
Uma
gíria distingue-se de uma linguagem técnica ou tecnolecto pelo fato de afetar
todo o discurso, enquanto a linguagem técnica, sendo desprovida de intenções de
hermetismo, se limita a introduzir os termos de maior rigor que lhe são
estritamente necessários.
Existe
ainda um aspecto de variação linguística que tem merecido estudo. Conforme a
situação mais ou menos formal em que se encontra ou o tipo de situação discursiva
(oralidade, escrita, etc.), cada falante pode usar diversos estilos ou registros lingüísticos. Numa entrevista
com o diretor de uma empresa, para obter emprego, usará certamente um nível de
língua diferente daquele que usa para falar com os amigos, quando vão juntos
assistir a um jogo de futebol. À variação que está relacionada com estes
fatores pragmáticos e discursivos e que implica o conhecimento por parte do
falante de um código socialmente estabelecido para cada situação, dá-se o nome
de variação diafásica ( do grego phasis, <fala, discurso>).
Cada
ser humano, por outro lado, no conjunto de todos os seus atos de fala, tem
hábitos discursivos próprios, usa preferencialmente determinadas construções
gramaticais, determinadas palavras que, de alguma forma, o individualizam. Cada
falante tem uma maneira própria de usar a língua – o seu idiolecto.
A
linguagem humana, simultaneamente uma e múltipla, decompõe-se assim numa rede
de variedades. Apenas algumas delas ganham o estatuto social de língua. Houve
já muitas tentativas de definir esta noção. As definições dadas pelos
diferentes lingüistas muitas vezes não coincidem, já que, por um lado, as
fronteiras entre estas realidades estão longe de ser estanques e, por outro, o
termo <língua> é usado com vários sentidos, que aqui convém distinguir.
Língua,
no uso mais comum, é uma noção político-institucional. Corresponde a um sistema
linguístico abstrato que, por razões políticas, econômicas e sociais, adquiriu
independência tanto funcional como psicológica para os seus falantes. Dão conta
do funcionamento desse sistema instrumentos próprios, tais como gramáticas,
dicionários, prontuários, etc.
Assim,
deste ponto de vista, fala-se do Chinês como língua, unificado em todo o
território político da China através de um sistema ideográfico de escrita
comum, apesar de não existir identidade lingüística real. De fato existem
múltiplos sistemas linguísticos muito diferentes – o Cantonês, o Mandarim, etc.
- cujos falantes não se compreendem mutuamente, a não ser através do recurso à
escrita.
Na
mesma linha, referem-se também o Norueguês e o Dinamarquês como línguas
diferentes, apesar de partilharem um sistema lingüístico praticamente idêntico
e de haver mútua inteligibilidade entre os falantes de cada uma das variedades.
Esta autonomia lingüística advém do fato de a Noruega e a Dinamarca ser Estados
independentes, como peso político, econômico e cultural, próprios (e de os
falantes terem assim adquirido a consciência lingüística da individualidade da
variedade que usam ou querem usá-la como instrumento de poder).
Numa
segunda acepção, o termo língua é usado numa perspectiva histórica, e está
relacionado com a noção de dialeto. Também
aqui, nem sempre é fácil estabelecer fronteiras entre estas duas realidades,
porque, com o passar dos anos, aquilo que era um dialeto pode tornar-se de tal
modo preponderante em relação aos dialetos seus vizinhos que passa a funcionar
como língua de referência (o Romeno literário em relação ao Istro-Romeno, por
exemplo). Do mesmo modo, aquilo que era inicialmente uma só língua, embora
sempre com variações de alguma ordem, pode, por razões históricas e
geográficas, por condições melhores ou piores de comunicação, fragmentar-se em
variedades que passam a evoluir separadamente – tornando-se por sua vez dialetos
ou línguas, conforme as circunstâncias.
Diferenças
de valor estritamente linguístico entre língua e dialeto não existem. Existem,
sim, diferenças de estatuto: o dialeto é sempre uma variedade de um determinado sistema linguístico reconhecido
oficialmente como Língua. Geralmente considera-se dialeto de uma língua a
variedade linguística que caracteriza uma determinada zona. Os dialetos têm,
pois, um antecedente linguístico e um sistema comum. Assim, hoje, o Português
está vivo na sua variante sul-americana, por exemplo, cada uma delas divisível
em variedades linguísticas menores, numericamente inferiores, que ocupam zonas
geográficas mais restritas. No entanto, todas elas partilham um conjunto de
trações gramaticais que não difere substancialmente, embora o Português do
Brasil tenda a seguir um rumo autônomo, divergente, na sua evolução (ou como dialeto
ou como língua).
Estas
noções são, assim, sempre relativas. O grau de semelhança entre dois dialetos
pode variar bastante, mas independente dessa maior ou menor semelhança
continuamos a chamar-lhes, a todos, dialeto. Alguns dialetólogos distinguem
entre variedades lingüísticas mais distanciadas umas das outras ou da língua
padrão – a que chama dialetos – e variedades que apresentam menor grau de
afastamento – a que chama falares.
Entre as variedades faladas num território, uma
delas, por diversas razões, pode adquiri maior prestígio e impom-se como norma
ou língua padrão. Os fatores que determinam essa escolha são normalmente sócio-políticos,
históricos, comunicativos e até pedagógicos. Nada, de um ponto de vista
estritamente lingüístico, leva a que uma determinada variedade seja preferida
como norma de uma língua. Só fatores extralingüísticos influem nessa escolha. A
variedade proclamada padrão funcionará como língua oficial, de cultura, de
ensino.
Se
uma língua for falada em mais de um país, com peso político e cultural
próprios, pode ter mais do uma norma. É o caso do Inglês, falado em Inglaterra,
nos Estados Unidos da América, na Austrália, que possui várias normas lingüísticas.
O mesmo acontece com o Português: no Português Europeu, as variedades faladas
pelas camadas cultas das regiões de Lisboa e de Coimbra funcionam como norma lingüística;
no Português do Brasil, foram as variedades faladas no Rio de Janeiro e S.
Paulo que se impuseram.
Conclusão
Iniciamos
o estudo das variações linguísticas explicando um pouco da diferença entre
gramática comparativa e a linguística histórica. Mas ao lado de um estudo
evolutivo, foi necessário trabalhar junto a um estudo descritivo, onde o
estruturalismo é visto como método lingüístico.
O
texto de antigamente é difícil de depreender hoje em dia, o que mostra
claramente como a língua portuguesa sofreu alterações. Essas alterações
acontecerem dentro do próprio sistema lingüístico, com tendências latentes,
dependendo da origem da palavra e da pronúncia, entre outras coisas, para uma
mudança.
A
língua que usamos está sujeita à variação, assim como todas as outras
existentes, e essa variação faz parte integrante da linguagem humana. Assim
possuímos diversas formas que se dão as variações linguísticas, podendo ser
elas regional, histórica, social ou situacional, todas estudadas no trabalho.
A
língua pode ser entendida como correspondente a um sistema linguístico que por
razões políticas, econômicas e sociais adquiriu independência funcional e
psicológica dos falantes. Também é aceita como um dialeto, este sendo uma
variedade de um determinado sistema linguístico reconhecido como língua.
Os
dialetos um antecedente linguístico e um
sistema comum, assim, mesmo a língua portuguesa sendo utilizada na América do
sul, Europa e áfrica, cada uma delas possui um nível de variação linguística
entre a língua portuguesa que a originou. Dessa forma, todas elas partilham um
conjunto de trações gramaticais que continuam iguais, mesmo se um dos países
seguir um rumo diferente na sua evolução linguística.
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