terça-feira, 26 de maio de 2015

Castro Alves

Castro Alves



Introdução

O grupo formado pelos discentes Débora Ribeiro, Juliana Caetano, Ulissys Trega Frangione, Rodrigo Luiz Oliveira Ferreira, Jorge Marcos Rosa, Dayana Maris todos do 5º semestre do curso de Letras da Universidade Paulista, ficou responsável pela apresentação de um seminário sobre o poeta da terceira geração do romantismo brasileiro Castro Alves e neste relatório serão expostos todos os procedimentos realizados para a elaboração e apresentação do trabalho.

Desenvolvimento

O nome do autor foi sorteado em sala de aula pela professora de literatura brasileira Gorete Cepinho, e após a aula o grupo reuniu-se para decidir o que seria feito por cada integrante. Em primeiro momento, ficou decidido que todos pesquisariam a vida e obra do autor, para que então fossem elaboradas as etapas do seminário. 
No segundo encontro foi decidido que cada integrante iria se aprofundar em um determinado aspecto da vida e obra do autor, para que desta forma cada um pudesse expor da melhor forma sua parte no seminário. Sendo assim:
Débora Ribeiro: Ficou responsável pela obra lírica do autor, revelando uma fase até então desconhecida pelos integrantes do grupo.
Juliana Caetano: Ficou responsável por estudar o contexto histórico qual o poeta estava inserido, para isso realizou estudos sobre a história do Brasil no período escravocrata e principalmente sobre o tráfico de escravos para o país.
Ulissys Trega Frangione: Ficou responsável pela biografia do autor.
Rodrigo Luiz: Ficou responsável pela análise do poema navio negreiro, que já era de seu conhecimento, porém de forma superficial. A análise feita trouxe uma nova visão sobre a obra mais conhecida do poeta.
Jorge Marcos: Ficou responsável pelo estudo do romantismo no Brasil, devido o autor ter feito parte dessa escola. Este estudo foi importante para a aprendizagem de novos conceitos do romantismo brasileiro.
Dayana Maris: Ficou responsável por enfatizar a ação do poeta na fase condoreira, com base em sua poesia crítica, enquanto gerador de mudanças.
Após as pesquisas houve uma nova reunião na qual foram selecionados os seguintes conteúdos:

Biografia
·         É o patrono da cadeira nº 7 da Academia Brasileira de Letras;
  • Aos 12 mudou-se com sua família para capital da Bahia em 1853;
  • 1862 mudou-se para Recife e matriculou-se após duas reprovações na faculdade de direito;
  • 1866 perdeu o pai, pouco depois apaixonou-se pela atriz portuguesa Eugênia Câmara;
  • 1866 escreveu o drama Gonzaga;
  • 1868 transferiu-se para o sul do país;
·         1869 foi operado no Rio de um tiro no pé;
·         1869 escreveu mocidade e morte cujo título original é O Tísico;
·         1871 Faleceu;
·         1876 foi lançado a cachoeira de Paulo Afonso que foi escrito em 1870.

Obra Lírica
Análise das poesias:
·         ∙Dallila
·         Adeus
·         No camarote

Romantismo
Gerações do Romantismo no Brasil:
·         1º Nacionalista
·         2º Mal do século
·         3º Condoreira

Condoreirismo
Escola literária da poesia brasileira
 3ª Fase Romântica
Abolicionismo e sua influência na obra do autor.    

Análise do poema Navio Negreiro
Foram realizados dois encontros para a elaboração dos slides e também alguns ensaios para a explanação oral.
O grupo foi o último a apresentar o trabalho e o fez com explicações orais, exibição de vídeo e música.

Conclusão

Este trabalho foi de grande importância para o conhecimento da obra de Castro Alves, e também contribuiu para o treinamento e desenvoltura em apresentações.
Estudar as poesias de Castro Alves, com ênfase em “O Navio Negreiro” além de contribuir para o conhecimento profundo de um dos poetas mais importante do Brasil, foi de suma importância para ter um ponto de vista diferente daquele que está nos livros de história. 

Bibliografia

MOISES, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 20ª ed – São Paulo: Cultrix, 1997
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 43 ed – São Paulo: Cultrix, 2006.
Sites: 

Integrantes

Dayana Maris S. Vicente - R.A. - B93IHI-0
Débora da Silva Ribeiro - R.A. - B70312-1

Jorge Marcos da Rosa - R.A. - B63GFH-0
Juliana Carla Caetano dos Santos - R.A. - B61089-1
Rodrigo Luiz Oliveira Ferreira - R.A. - B82826-9
Ulissys Trega Frangione - R.A. - B83246-0

terça-feira, 19 de maio de 2015

I-Juca Pirama: o poema mais representativo da nacionalidade brasileira


Jessica Agatha F. Silva             B4800I-1
Júlia Bosso da Silva                  B7952J-5
Luciana Rodrigues Costa          B786J-6
Sônia Matias de Pontes Silva    B6594G-4

BREVE RESUMO DA OBRA

   O poema conta a história de um índio, último descendente da tribo Tupi, que foi capturado por uma tribo rival chamada Timbira.
   Os Timbiras eram antropófagos, pois acreditavam que através do consumo da carne de um prisioneiro, assimilariam sua bravura e coragem.
   Apesar de reconhecer o seu dever e saber que a morte é o único caminho para manter a sua honra e de seus descendentes, o guerreiro deseja partir, não por falta de coragem, mas sim por amor ao seu pai que, naquele momento, se encontrava perdido na mata e muito doente. Assim, com lágrimas nos olhos, implora para que eles o libertem. O chefe dos Timbiras, considerando esta atitude sentimental uma covardia, ordena sua soltura.
   Liberto, o guerreiro volta para junto de seu pai que, ao recebê-lo com um abraço, percebe que ele está sem cabelo e cheirando à tinta. Esses indícios fazem com que o pai conclua que seu filho fora preso e libertado, o que contraria o código de honra de sua raça, então, indignado, exige que ambos retornem à presença do inimigo.
    Chegando ao local, o pai se surpreende ainda mais ao descobrir sobre o choro de seu filho, amaldiçoa-o violentamente e pede que o ritual continue. O jovem guerreiro incompreendido, ao se dar conta de que sua atitude de devoção trouxe desgosto ao seu pai, começa sozinho a lutar com os Timbiras.
    Reconhecendo a bravura do jovem, o chefe inimigo ordena o fim da batalha e pai e filho se reconciliam, restituindo, dessa forma, a dignidade da tribo Tupi. O poema não descreve se o ritual antropófago prosseguiu, isso cabe ao leitor inferir.

ANALISE DA OBRA

Canto I

O poema começa descrevendo as tabas indígenas da tribo dos Timbiras.

No centro da taba se estende um terreiro,
Onde ora se aduna o concílio guerreiro
Da tribo senhora, das tribos servis:
Os velhos entados praticam d’outrora,
E os moços inquietos, que a festa enamora,
Derramam-se em torno dum índio infeliz

O autor está relatando o ambiente, seus versos são longos (hendecassílabos); as estrofes contêm seis versos (sextilhas) e as rimas obedecem ao esquema AA (paralelas) e BCCB (intercaladas).

Canto II

Narra a festa canibalesca dos Timbiras e a angústia do prisioneiro Tupi que será sacrificado.

Em fundos vasos d’alcaventa argila
ferve o cauim;
Enchem-se as copas, o prazer começa,
reina o festim.
O prisioneiro cuja morte anseiam,
sentado está,
O prisioneiro, que outro sol no acaso
jamais verá!
A dura corda, que lhe enlaça o colo,
mostra-lhe o fim
Da vida escura,
que será mais breve do que festim!

A partir do canto II, para descrever a coragem do guerreiro Tupi, com a promessa de glória na vida após a morte, o ritmo se altera abruptamente. Alfredo Bosi afirma que “no poemeto, a crítica, unânime, tem admirado a ductilidade dos ritmos que vão recortando os vários momentos da narração. ” (BOSI, 2006, p. 113).
Logo, o poeta intercala versos decassílabos com tetrassílabos, o que sugere o prelúdio de um ritual com rufar de tambores.

Canto III

Apresentação do guerreiro Tupi. Narra-se o desfile do Timbira responsável pela execução do prisioneiro.

Em larga roda de noveís guerreiros
Ledo caminha o festival Timbira,
A quem do sacrifício cabe a honras,
Na fronte o canitar sacode em ondas,
O enduape na cinta se embalança,

O poeta volta a usar o decassílabo (com irregularidades), mais uma vez num ritmo mais lento, sem se preocupar com rimas e estrofação.
O canto termina com a ordem de que o prisioneiro entoe suas últimas palavras, como observamos no trecho a seguir:

Vem a terreiro o mísero contrário;
Do colo à cinta a muçurana desce:
"Dize-nos quem és, teus feitos canta,
Ou se mais te apraz, defende-te”. Começa
O índio, que ao redor derrama os olhos,
Com triste voz os ânimos comove.

Canto IV

O guerreiro Tupi declama seu canto de morte.

Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros descendo
Da tribo Tupi.

E suplica aos Timbiras que o deixem ir para cuidar do pai cego e enfermo.

Ao velho coitado
De peras ralado,
Já cego e quebrado,
Que resta? – Morrer.
Enquanto descreve
O giro tão breve
Da vida que teve,
Deixa-me viver!

Os versos pentassílabos, num ritmo mais ligeiro, remetem novamente ao rufar de tambores. As estrofes (com exceção da primeira) têm oito versos (octossílabos) e as rimas seguem o esquema AAA (paralelas) e BCCB (intercaladas).

Canto V

Ao escutarem a súplica do guerreiro Tupi, os Timbiras interpretam aquilo como sendo um ato de covardia e, desta maneira, inabilitam-no para o sacrifício.

Soltai-o! – diz o chefe. Pasma a turba;
Os guerreiros murmuram: mal ouviram,
Nem pode nunca um chefe dar tal ordem!
Brada segunda vez com voz mais alta,
Afrouxam-se as prisões, a embira cede,
A custo, sim; mas cede: o estranho é salvo, (...)

Dando a impressão do conflito que se instaura entre o chefe Timbira e o guerreiro Tupi, o poeta altera os decassílabos para versos mais livres. Não há preocupação com estrofes e rimas.

Canto VI

Representa o diálogo entre o prisioneiro e o velho tupi. Diálogo este que reproduz a contraposição das vontades dos personagens no qual se revelam atitudes contraditórias para intensificar a tensão dramática da obra.
O diálogo transmite o embate entre o desejo do índio tupi em omitir o ocorrido e o desejo de seu pai em descobrir o motivo de sua demora.

– Filho meu, onde estás?
– Ao vosso lado;
Aqui vos trago provisões; tomai-as,
As vossas forças restaurai perdidas,
E a caminho, e já!
– Tardaste muito!
Não era nado o sol, quando partiste,
E frouxo o seu calor já sinto agora!
– Sim, demorei-me a divagar sem rumo,
perdi-me nestas matas intrincadas,
reaviei-me e tornei; mas urge o tempo;
Convém partir, e já! (...)
– Mas tu tremes!
– Talvez do afã da caça...
– Oh filho caro! (...)

Gonçalves Dias utiliza o verso decassílabo juntamente com passagens mais ou menos livres. Não há preocupação com rimas e estrofes.

Canto VII

Dá-se continuidade ao diálogo, porém, neste, encontra-se um diálogo entre o velho Tupi e o chefe Timbira. Aquele, expressa sua vontade em manter o ritual consagrado e este, sua rejeição, pois, tal ato, depreciaria a conquista de seus guerreiros que não fazem de pasto aqueles que não se elegem heróis

Eu porém nunca vencido,
Nem nos combates por armas,
Nem por nobreza nos atos;
Aqui venho, e o filho trago.
Vós o dizeis prisioneiro,
Seja assim como dizeis;
Mandai vir a lenha, o fogo,
A maça do sacrifício
E a muçurana ligeira:
Em tudo o rito se cumpra! (...)
– Nada farei do que dizes:
É teu filho imbele e fraco!
Aviltaria o triunfo
Da mais guerreira das tribos
Derramar seu ignóbil sangue:
– Ele chorou de cobarde;
Nós outros, fortes Timbiras,
Só de heróis fazemos pasto.

O autor utiliza o verso heptassílabo (redondilha maior). A estrofação e as rimas são livres.

Canto VIII

Este canto é composto por um monólogo – fala do velho índio Tupi. Profere a terrível maldição contra o covarde guerreiro.

Possas tu, isolado na terra,
Sem arrimo e sem pátria vagando,
Rejeitado da morte na guerra,
Rejeitado dos homens na paz,
Ser das gentes o espectro execrado;
Não encontres amor nas mulheres,
Teus amigos, se amigos tiveres,
Tenham alma inconstante e falaz!

O verso utilizado neste é o eneassílabo (nove sílabas), distribuindo-os em oitavas. Suas rimas são alternadas e paralelas (ABACDEEC), deixando sempre dois versos soltos.


Canto IX

Constitui no ponto culminante do conflito. Enfurecido, o guerreiro Tupi lança seu grito de guerra e derrota a todos valentemente em nome de sua honra.

Isto dizendo, o miserando velho
A quem Tupã tamanha dor, tal fado
Já nos confins da vida reservada,
Vai com trêmulo pé, com as mãos já frias
Da sua noite escura as densas trevas
Palpando. - Alarma! alarma! - O velho pára!
O grito que escutou é voz do filho,
Voz de guerra que ouviu já tantas vezes
Noutra quadra melhor. - Alarma! alarma!
- Esse momento só vale a pagar-lhe
Os tão compridos trances, as angústias,
Que o frio coração lhe atormentaram

O poeta utiliza o verso decassílabo. A estrofação e rimas são livres.

Canto X

No décimo canto ocorre o desfecho do poema. Conta-se os costumes indígenas através da memória do velho índio. Recorda-se o canto de morte do jovem guerreiro lembrado pelo velho Timbira.

Um velho Timbira, coberto de glória,
Guardou a memória
Do moço guerreiro, do velho Tupi!
E à noite, nas tabas, se alguém duvidava
Do que ele contava,
Dizia prudente: - "Meninos, eu vi!
"Eu vi o brioso no largo terreiro
Cantar prisioneiro
Seu canto de morte, que nunca esqueci:
Valente, como era, chorou sem ter pejo;
Parece que o vejo,
Que o tenho nest’hora diante de mi.

Os versos alternam em hendecassílabos (onze sílabas) e em pentassílabos (redondilha menor). As estrofes são empregadas em sextilhas e as rimas obedecem ao esquema AA (paralelas) e BCCB (opostas e intercaladas).

CARACTERÍSTICAS DA OBRA

     De acordo com os mais renomados críticos literários da atualidade, o poema épico-dramático “I-Juca Pirama” é o que mais representa a nacionalidade brasileira, bem como é um dos mais elaborados poemas do Romantismo brasileiro.
     O professor, sociólogo e crítico literário Antônio Cândido afirma que “I-Juca Pirama é dessas coisas indiscutidas, que se incorporam ao orgulho nacional e à própria representação da pátria” (CÂNDIDO, 1959, p. 56).
     A referida obra é pertencente à 1ª geração romântica, na qual tinha como umas das principais características a exaltação do índio na qualidade de herói nacional. É narrada em 3ª pessoa por um velho Timbira que relata às gerações posteriores as proezas de um guerreiro Tupi. O narrador é onisciente.
    É importante ressaltar que o título “I-Juca Pirama” não diz respeito ao nome do índio aprisionado pelos Timbiras; seu nome é um mistério no poema. O título vem da língua tupi e significa “o que há de ser morto e que é digno de ser morto”.
    No que diz respeito ao espaço/tempo, o autor não faz menção ao lugar e tempo exatos em que se passa a história. Porém, percebe-se que a época é a da colonização portuguesa, na qual os índios já estavam sendo dizimados pelo homem branco.
    O poema é composto por quatro personagens, sendo eles: o guerreiro Tupi, típico herói romantizado, perfeito, puro e sem mácula; o velho índio Tupi, pai do guerreiro; os Timbiras, índios ferozes e antropofágicos e, finalmente, o velho índio Timbira, narrador e personagem ocular da história.
    A apresentação da morte voluntária de um dos últimos descendentes Tupi como resultado do conflito entre os preceitos do heroísmo do guerreiro e a devoção filial envolvem a temática da obra.       O guerreiro, munido de um forte sentimento de honra, simboliza sua própria força natural e sua alta cultura acerca de seu povo.
     Em suma, ao terminarmos a abordagem de “I-Juca Pirama”, fica evidente que o poeta Gonçalves   Dias nos revela a força da representação de uma terra e seus habitantes, instruindo-nos sobre seus costumes, rituais e cultura. Desta forma, o autor acaba por recriar, através de sua poesia, o surgimento da nação brasileira.

BIBLIOGRAFIA

BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. 49ª ed. Cultrix, SP, 1994.
BUENO, Silveira.  Mini Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª ed. Editora FTD S.A, SP, 2007.
CÂNDIDO, Antônio. O Romantismo no Brasil. 2ª ed. Humanistas, SP, 2004
DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. Google, Inc., 2013. Disponível: https://books.google.com.br/books?id=NYNcAAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=ptBR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=falseAcesso em: 23 de março de 2015.
MASSAUD, Moisés. Literatura Brasileira Através dos Textos. 25ª ed. Cultrix, SP, 1971.
RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. Editora USP, SP, 1995.