domingo, 2 de junho de 2013

O uso de recursos da informática nas aulas de Língua Portuguesa



Figura 1: Crianças com a inovação do Tablet nas aulas de literatura;
Fonte: http//:veja.abril.com.br
     
    O texto - aquela composição escrita ou falada, que nasceu juntamente com a invenção da linguagem - segue sendo o mesmo. Nossa relação com ele, não. Em suas pesquisas, o historiador da leitura Roger Chartier afirma que o suporte material (papel, áudio, vídeo ou formato digital) exerce influência na relação que estabelecemos com o texto. Nesse sentido, blogs, fotologs e podcasts são novos gêneros, com características próprias. É possível, por exemplo, relacionar links para que o leitor tenha a liberdade de seguir diferentes caminhos - é o chamado hipertexto. Cada vez mais, a turma vai precisar conhecer esses aspectos. A boa notícia é que trabalhos recentes como o do professor Jorge Luiz Marques de Moraes, um dos ganhadores do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10 em 2008, mostram que dá, sim, para conjugar o aprendizado de novos gêneros (no caso dele, o podcast) com conteúdos tradicionais (a comunicação oral).
   Além de gerar novas demandas, as ferramentas digitais modificam procedimentos consagrados na disciplina. O exemplo mais significativo diz respeito à edição e revisão de textos. Em processadores como o Word, a verificação ortográfica é muito facilitada. "O professor pode deixar o corretor ortográfico ligado para que os estudantes tentem resolver, com autonomia, alguns dos erros - o que não o isenta de seguir ensinando ortografia", aponta Cláudio Bazzoni, assessor da prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio. Em termos de organização textual, a vantagem é poder mudar de lugar, ampliar, cortar e eliminar frases e parágrafos, experimentando novas soluções para a composição sem precisar escrever tudo de novo a cada nova versão.
     A informática também pode ajudar no trabalho com gêneros textuais. Na Escola da Vila, na capital paulista, a professora Andressa Mille Fernandes propôs à turma do 4º ano a construção de um informativo sobre o ciclo da água, um conteúdo que já havia sido tratado nas aulas de Ciências. Depois de planejar o texto, decidir o destinatário, selecionar as informações e escrever, as crianças foram para o computador fazer títulos e quadros e escolher fontes e cores. Assim, tanto a forma como o conteúdo da produção se aproximaram ainda mais dos exemplos de jornais, aprofundando a caracterização do gênero estudado.
(REVISTA NOVA ESCOLA/ EDITORA ABRIL/ 2012)

1-   A implantação da tecnologia nas escolas

   Dentre as reclamações de escolas está a de que os alunos não aguentam mais a forma das aulas. Os alunos reclamam do tédio de ficar ouvindo um professor falando na frente por horas, do fosso entre o conteúdo das aulas e a vida. Colocou-se tecnologias nas escolas, mas, em geral, não são aproveitadas devidamente, continua – o professor falando e o aluno ouvindo – com um verniz de modernidade. Novos desafios não são criados e as tecnologias não passam de um meio de ilustrar os conteúdos ministrados.
    A escola é a organizadora e certificadora principal do processo de ensino aprendizagem apesar de hoje com a Internet e a maravilhosa evolução tecnológica, poder-se aprender de muitas formas, em lugares diferentes, de formas diferentes. A sociedade como um todo é um espaço privilegiado de aprendizagem. Sendo assim, os desafios enfrentados pelo ensinar e aprender são muito mais complexos. Há informações demais, múltiplas fontes, visões diferentes de mundo. A sociedade é mais complexa exigindo competências igualmente complexas. As tecnologias começam a estar ao alcance do estudante e do professor. Precisa-se repensar todo o processo, reaprender a ensinar, a estar com os alunos, a orientar atividades, a definir o que vale a pena fazer para aprender, juntos ou separados.
    Com a Internet e outras tecnologias surgem novas possibilidades de organização das aulas dentro e fora da escola. Os professores de Língua Portuguesa, além disso, também devem estar atentos às mudanças em relação ao ensino da língua. A aula de português, como tradicionalmente concebida, não existe mais. Ao invés de estudar Português, os alunos vão aprender através do Português. O Português deve ser usado como instrumento para se aprender história, geografia, literatura, retórica, educação física, química, etc. Isso significa que os alunos precisam saber, na leitura, produzir sentido “levando em conta os recursos linguísticos presentes [no texto] e percebendo sua inter-relação” e, na escrita, “saber escolher e usar os recursos linguísticos adequados aos propósitos da interlocução” (COSTA, VAL, 1998, p.2).
  
    O computador pode ser de grande ajuda nessa tarefa nada fácil, pois será o instrumental que ajudará o professor a propiciar as condições necessárias para os estudantes exercitarem a capacidade de procurar e selecionar informação, resolver problemas e aprender independentemente (VALENTE, 1989). Ele trouxe uma série de novidades, de fazer mais rápido, mais fácil. Mas continua sendo utilizado mais como uma ferramenta de apoio ao professor e ao aluno.      As atividades principais ainda estão focadas na fala do professor e na relação com os textos escritos. Não há dúvidas de que o computador é realidade presente na sala de aula. O problema hoje é o que fazer com essa tecnologia. Muitos professores não sabem usar o computador, portanto, a primeira medida a se tomar é aprender a fazer isso. É preciso dominar o que este recurso pode fazer, para depois saber o que fazer com ele. É preciso, pelo menos, ter intimidade com os editores de textos, apresentações de slides entre outros tantos, bem como, estar apto para usar a Internet. A Internet e as novas tecnologias estão trazendo novos desafios pedagógicos para as escolas.
   Os professores precisam utilizá-las de forma equilibrada e inovadora. É por isso que este trabalho foi concebido, pois as dificuldades enfrentadas pelos professores mediante os novos rumos da educação são muito grandes e portanto, há de se trabalhar para superá-las, oferecendo aos educadores possibilidades e condições de enfrentarem esses desafios.
   Através de oficinas realizadas com os professores de Língua Portuguesa do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos Universidade Estadual de Ponta Grossa – CEEBJA-UEPG objetivou-se proporcionar conhecimentos para que eles pudessem utilizar, de forma adequada, o laboratório de informática tanto no planejamento de aulas como com os alunos.
  O trabalho foi realizado no laboratório do CEEBJA-UEPG no período de 15 de maio de 2008 a 19 de setembro de 2008, perfazendo um total de trinta e duas horas. Cada oficina teve a duração de quatro horas e em cada uma delas abordou-se um tema. As oficinas serão descritas detalhadamente mais adiante.
   A organização deste artigo privilegia na seção “Informática e Educação” um breve histórico da introdução do computador nas escolas. Em seguida aborda-se a questão polêmica da “Internet na sala de aula”. E ainda discorresse a respeito da “Aula de Português e o uso da tecnologia”, levantando-se as hipóteses pertinentes a esse tema. Na seção seguinte “O CEEBJA-UEPG e a Informática” apresentá-se as condições dessa escola e o processo de implementação de oficinas na tentativa de mudar a realidade ali encontrada.
(INDEZEICHAK, 2009)

2-   Só 2% dos professores usam tecnologia em sala de aula
  
Apesar de contarem com conexão à internet no trabalho e em casa, apenas pequena parte dos professores da rede pública usam a tecnologia como suporte na sala de aula. São Paulo - Mesmo tendo acesso a computadores com conexão à internet no trabalho e em casa, apenas 2% dos professores brasileiros da rede pública urbana usam a tecnologia como suporte em sala de aula. E os que usam se limitam - na maior parte do tempo - a ensinar a alunos como utilizar o computador, em vez de desenvolver práticas pedagógicas.
    As constatações fazem parte da pesquisa TIC Educação 2012, divulgada, na quinta-feira, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) - entidade oficial que coordena serviços da web no País. Para chegar a esses indicadores, foram entrevistados pessoalmente 1.236 professores de mais de 570 escolas públicas de todas as regiões do Brasil, escolhidas aleatoriamente.
   O estudo mostra que 92% dos docentes da rede pública já têm conexão à internet em casa. Praticamente todos os professores (99%) são considerados usuários em rede, ou seja, usaram a internet pelo menos uma vez nos últimos três meses.
    Na escola, a realidade de acesso é semelhante. Quase todas as unidades têm ao menos um computador. Nas escolas que dispõem do equipamento, 89% possuem acesso à internet. "O primeiro passo está sendo dado: existe o acesso. Falta agora usar a tecnologia de forma qualitativa, para melhorar a educação", afirma Alexandre Barbosa, gerente do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação (Cetic.br), unidade vinculada ao CGI.br que realizou a pesquisa.
   O uso esporádico também é relatado pela aluna da rede estadual paulista Valéria Lage, de 17 anos, do 3.º ano do ensino médio da Escola Maria Juvenal Homem de Melo, no Grajaú, zona sul. "Os professores usam de vez em quando - de uma a duas vezes por semestre - o netbook e o projetor. Com o projetor, é mais fácil entender a aula." Políticas. Para Priscila Gonsales, diretora do Instituto Educa digital, faltam políticas públicas específicas para um melhor uso da tecnologia nas escolas. "Não adianta só comprar equipamentos."
   Em São Paulo, a Secretaria Municipal de Educação espera melhorar a qualidade da conexão - um dos problemas identificados no estudo. "Efetuamos a troca de maquinários obsoletos e esperamos até o fim do ano aumentar a velocidade de internet das escolas", afirma Jane Reolo, coordenadora de Informática Educativa da cidade.
    Procurada, a Secretaria Estadual de Educação informou que a rede paulista dispõe de computadores e acesso à internet e seus docentes recebem orientação contínua para o uso pedagógico de tecnologia. Já o Ministério da Educação afirmou que, com o programa Banda Larga nas Escolas, de 2008, 60 mil escolas públicas vêm se beneficiando da "ampliação periódica de conexão em alta velocidade". O MEC cita iniciativas como o Portal do Professor, que oferece "recursos educacionais com grande potencial".
(JORNAL: O ESTADÃO/ DAVID LIRA/2013)


 3– A aula de português e o uso da tecnologia
E qual é a melhor forma de usar toda essa tecnologia na aula de português. Afinal, o que fazer com ela?
  Deve-se lembrar que para usar o computador na sala de aula, é preciso uma nova realidade de ensino. Nessa nova realidade não há lugar para conteúdos que devem ser decorados nem para o que não é significativo para o aluno e sim são todas as tentativas de fazer com que o aprendiz se envolva na construção do seu próprio conhecimento.
    É também importante lembrar que a obtenção de resultados satisfatórios com o uso do computador depende de como esse equipamento está sendo usado. O computador não faz nada sozinho e nem faz milagres. Ele tem muitos recursos e nos dá acesso a uma infinidade de informações, no entanto, cabe ao professor planejar o uso desses recursos e informações em sua sala de aula.
   Tão importante quanto a tecnologia em si, é como ela está sendo usada para fins educacionais. Uma nova tecnologia mal usada pode ser perigosa e quem vai sofrer as consequências disso são os alunos, cidadãos de nossa sociedade que merecem a melhor educação que podemos oferecer a eles.
   Ao professor cabe o papel de preparar bem as aulas oferecendo desafios e questões interessantes para os alunos, explorando da melhor maneira possível os recursos que o computador lhe oferece. Cabe a ele também estimular a reflexão crítica e competente dos alunos em relação aos elementos linguísticos envolvidos nas leituras e produções de texto dos alunos.
  Sabe-se que há textos mal escritos e com informações equivocadas que às vezes estarão ao alcance dos alunos na Internet. Isso não pode ser encarado como um problema. O professor que está consciente desse fato alertará seus alunos para ele e, inclusive, usará os textos com problemas em discussões com os alunos a respeito do uso de mecanismos linguísticos, da estruturação e organização dos textos, para fazer críticas à estrutura argumentativa, entre muitas outras reflexões que um texto mal escrito pode suscitar.
E por que não fazer um trabalho interessante de reescrita desses textos?
Cada grupo de alunos pode escolher um texto para apontar os problemas e propor soluções para os problemas encontrados. É justamente a riqueza na variedade de textos que se pode encontrar na Internet que a torna tão fascinante e tão útil ao professor de português.
(NOGUEIRA, 2002)


 Fonte: http//:scielo.com
Figura 2: Exemplo da utilização da informática nas aulas de Língua Portuguesa;

                              4-   Considerações Finais
  Contudo, devemos nos ater à tecnologia digital como uma estratégia pedagógica adicional e, portanto, não é necessário que esteja em todas as aulas.
  Mas o que fazer quando a escola não tem recursos tecnológicos para serem utilizados?  Neste caso, o professor não pode desanimar ou acomodar com aulas apenas de giz e quadro, a não ser que a escola exija. Há outras maneiras de introduzir as linguagens da mídia em sala, basta o educador improvisar e ser criativo.
     O professor pode mandar pesquisas para casa sobre a linguagem verbal e não verbal (gestos dos apresentadores ao passar uma notícia) no telejornal e depois trabalhar a persuasão; trabalhar com as propagandas da mídia e linguagem persuasiva e o uso do imperativo através de jornais impressos e revistas; desenvolver um trabalho com o uso de fotografias do passado e futuro nas aulas de História ou para ensinar os tempos verbais; usufruir dos canais de notícias da rádio para trabalhar a linguagem e montar com os alunos sua própria rádio; propor aos alunos desenvolver o jornal da escola ou da sala; orientar uma pesquisa pela internet com sites educativos e direcionados pelo próprio professor, dentre outros.
   O que não pode ocorrer é o professor ignorar o fato de a tecnologia digital fazer parte do dia-a-dia do aluno e cobrar do pupilo interesse pelas aulas. Os recursos tecnológicos são armas fundamentais para tornar as aulas mais instigantes e apreciadas.
(VILARINO,2012)
  
   
Bibliografia:
  • (REVISTA NOVA ESCOLA/ EDITORA ABRIL/ 2012);
  • HTTP//: SCIELO.COM;
  • HTTP// YOUTUBE.COM;
  • JORNAL ESTÃO/ EDITORA ABRIL/2013);


Alunos:
  • Ana Cristina dos Santos    R.A:    B79899-8
  • Cintia Lima dos Santos      R.A: B69JI-0
  • Pamela Sousa de Araujo    R.A: B70AJI-8





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