sábado, 1 de junho de 2013

Educação a Distância no Ensino Superior

Júlia Bosso da Silva - Letras 1º Semestre 2013

Introdução:
Estamos em uma fase em que a Educação a Distância(EAD) no ensino superior no Brasil está crescendo expressivamente. A cada dia, mais brasileiros se matriculam e de acordo com dados do Censo da Educação Superior de 2010, a EAD, praticamente inexistia dez anos atrás, já responde pelo percentual de 14,6% do total das matrículas na graduação. Em 2001, apenas 5 359 estudantes estavam matriculados em cursos a distância, dez anos depois, esse número aumentou, chegando a mais de 900 000 estudantes.
A EAD sempre esteve vinculada no Brasil ao ensino técnico, desde a década de 40. Depois ao ensino de adultos – os adultos supletivos – com os Telecursos.
Nos primeiros anos, o foco era a capacitação dos professores em serviço, depois as licenciaturas, agora os cursos que mais crescem são de especialização. A maior parte usa o material impresso como mídia predominante (84%) e a internet, ocupa o segundo lugar, com 63% de instituições que a utilizam.
 Motivos desse aumento: flexibilidade em relação a horários, tempo, ritmo, local e estilo de aprendizagem; processo de comunicação mediado pelas TICS (Tecnologias da informação e comunicação); além das habilidades escritas, o aluno desenvolve habilidades no uso de tecnologias digitais; o aluno tem mais tempo para refletir sobre as questões discutidas nas aulas antes de elaborar as respostas para o professor; entre outras.
Formação de professores
Os professores, de um modo geral, têm vivido uma série de indagações de como proporcionar uma aprendizagem mais significativa, autônoma e interativa.
Alguns professores percebem que não basta serem especialistas em sua área, precisam aprender a escrever de forma coloquial para comunicar de forma mais prática e detalhada com os alunos.
É um desafio para as IES (Instituto de Ensino superior) a implantação e manutenção da EAD, pois os professores precisam estar habituados a esta forma de trabalho, onde terão tarefas e responsabilidades, inclusive com profissionais de outras áreas, bem como conhecer as ferramentas tecnológicas e o ambiente virtual de aprendizagem utilizado na Instituição.

Os cursos em EAD são diversificados
·        Cursos prontos para alunos individualmente
Existem cursos, com instruções precisas para o aluno, baseados em materiais on-line, em cases, animações, pequenos vídeos em que são resolvidos em um determinado período e entregues a um centro que as corrige, e normalmente, em seguida, permite o avanço a uma nova etapa. A vantagem é poder começar e terminar no próprio tempo.
Alguns desses cursos acrescentam apresentações de trechos de vídeos, gravações em áudio e apresentações em PowerPoint.
Esses cursos precisam de um aluno maduro e auto-motivado, que tenha a responsabilidade de estudar sozinho.
São cursos focados no conteúdo, em algumas instituições, há apoio para tirar dúvidas.
·         Cursos para pequenos grupos
Os materiais e as atividades são preparados e acontecem simultaneamente em pequenos grupos. Em geral começam e terminam em tempos semelhantes. Há interação entre orientadores e colegas.
São cursos mais centrados na colaboração dos alunos do que no professor.

·        Cursos para grandes grupos
O modelo mais aperfeiçoado foi o tele-curso, com programas produzidos por equipes profissionais, com apoio de material impresso e recepção organizada em salas com um tutor.
No Brasil, onde a televisão domina, nunca conseguiu implantar a educação a distância via TV. Houve frequentes tensões de produção entre o Rio (TVE) e São Paulo (TV cultura). Não houve uma política permanente e consistente de apoio à TV educativa, e isso serviu mais para atender a interesses pessoais. O Brasil praticamente descartou a etapa da TV, esquecendo que também poderia ser um curso interessante também com mídias,e o tipo de EAD que que predomina no país é via internet
Países que capacitam milhões de alunos através da TV são: China e Índia.
Atualmente, a teleconferência está em alta. Na teleconferência, um professor transmite sua aula para diversas outras salas pelo país, onde há alunos acompanhados por tutores que podem fazer perguntas pelo controle remoto, internet, telefone ou fax. Essa é a melhor opção para quem quer fazer EAD e possuí dificuldades de estudar sozinho.

O material impresso
De acordo com os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior, da Secretaria de Educação a Distância do MEC (BRASIL, 2007), “o material didático deve desenvolver competências e habilidades específicas, com a utilização de mídias compatíveis e o contexto sócio-econômico do público alvo.”
De acordo com Abreu (2010), “o material impresso continua sendo bastante utilizado por se tratar de uma tecnologia com a qual os alunos estão familiarizados formato e manuseio, por isso utilizam com mais independência. E ao produzir este tipo de material didático é preciso pensar em concepções pedagógicas que possam viabilizar uma construção crítica por parte do aluno, integrando teoria e prática.”
Além do material impresso, há também vídeo-aula que podem ser assistidas em computadores, tablets e celulares na própria casa.
Ou seja, o material impresso é o elemento mediador entre o professor e o aluno, portanto ele deve ser completo e detalhado.
Mudanças que a EAD está provocando na educação presencial
A EAD está contribuindo para superar a imagem de individualismo, de que o aluno tem que ser um ser solitário. A internet traz a flexibilidade de acesso junto com a possibilidade de interação e participação, há possibilidades de conexão junto a alguém, orientação, tirar dúvidas e trocas de resultados.
Um bom ensino a distância possuí um equilíbrio entre atividades individuais e em grupos. Os alunos podem participar de projetos, pesquisas e outras atividades compartilhadas, dentro da instituição com apoio de tutores e professores e fora com e fora com auxílio da internet ou de colegas de classe.
A EAD muitas vezes está sendo uma melhor opção para quem prefere um horário flexível para estudar.
Avanços e problemas
Apesar do preconceito ainda existente, hoje há muito mais compreensão de que a EAD é fundamental para o país. O crescimento exponencial dos últimos anos é um indicador que esse ensino está crescendo. Porém, ele é muitas vezes visto como uma forma de atingir quem está no interior, quem tem poucos recursos econômicos e não pode frequentar uma instituição presencial.
Já foi apontado antes que nos cursos de grande número de alunos costuma diminuir a qualidade de ensino. Em alguns estados, o tele-curso é muito mais complicado, e não há computadores suficientes para os alunos nos encontros presenciais e em outros, o índice de alunos que acessam à Internet não chegam a cinquenta por cento, ou seja, metade dos alunos deixam de fazer atividades e, em algumas instituições, eram aprovados. Há ainda bastante alunos que marcam presença e depois saem das salas de aula, por outro lado, é difícil prestar atenção em um monitor durante duas horas ou mais se a aula for monótona.
O tipo de avaliação presencial causa dúvidas se é eficaz, pois a maioria são de múltipla escolha, e algumas instituições dizem ser difícil avaliar milhares de alunos em provas dissertativas.
Precisa, portanto, na EAD como no presencial, conciliar a participação, flexibilidade na gestão com comando, liderança e visão estratégica.
Charge criticando alunos que faltam em aulas de EAD.

Faculdades que adotam a EAD:
·        Federais/Estaduais :
Universidade Federal do Rio Grande do Sul(UFRGS), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual Paulista(UNESP), Universidade de Campinas(UNICAMP), Universidade Virtual Pública do Brasil, Universidade Federal de Santa Catarina(UFSC), etc.
·         Particulares:
Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Paulista (UNIP),
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Faculdade Anhanguera, Faculdade de Tecnologia IBTA, ETEP, etc.

Conclusão:
A Educação a distância é uma boa opção para quem não possui condições de ir sempre até a faculdade para ter aulas e possui independência para estudar.
Ainda passa por preconceitos em relação aos seus métodos, mas com o avanço da tecnologia, o conceito de distância e presença se altera, pois há muita facilidade em tirar dúvidas, fazer pesquisas e estudar.
Cursar uma faculdade a distância exige do aluno, disciplina, comprometimento e dedicação. Esta metodologia de ensino, é hoje uma realidade no país e exige uma autodisciplina e determinação muito grande.
Bibliografia:

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