sexta-feira, 31 de maio de 2013

Uso de tablets na sala de aula
Eliel Campos da Silva, Letras 1º Semestre / 2013.
Introdução
A tecnologia está cada vez mais inserida nas escolas como uma ferramenta que auxilia no aprendizado, permitindo um maior aprofundamento dos conteúdos estudados nos livros e também dos assuntos passados pelos professores. Os tablets, por exemplo, contribuem e muito na sala de aula, principalmente porque são portáteis e de fácil manuseio.
Tablets e netbooks na educação
Há uma pressão enorme para incluir as tecnologias móveis na educação. Alguns colégios  e instituições superiores entregam tablets ou netbooks para os alunos como parte do material escolar. Há uma tendência à substituição dos livros de texto por conteúdos digitais dentro de tecnologias móveis. Uma justifica é diminuir o peso das mochilas dos alunos; outra, baratear do acesso ao conteúdo não impresso (além de ser ecologicamente mais correto); também é visto como importante  para oferecer recursos de  pesquisa, de leitura e de comunicação próximos dos alunos, dos ambientes digitais que frequentam, para motivá-los mais a aprender.Este é um campo minado de discussões, decisões, interesses. Qualquer análise ainda é parcial, provisória, precária. Mesmo assim, esta é a percepção que tenho no momento. As tecnologias móveis trazem enormes desafios, porque descentralizam os processos de gestão do conhecimento: podemos aprender em qualquer lugar, a qualquer hora e de muitas formas diferentes. Podemos aprender sozinhos e em grupo, estando juntos fisicamente ou conectados. Na medida em que entram na sala de aula o seu uso não pode ser só complementar. Podemos repensar a forma de ensinar e de aprender, colocando o professor como mediador, como organizador de processos mais abertos e colaborativos.
No Brasil, os smartphones e os tablets ainda estão numa fase de experimentação dentro das escolas. Trazem desafios complexos. São cada vez mais fáceis de usar, permitem a colaboração entre pessoas próximas e distantes, ampliam a noção de espaço escolar, integrando os alunos e professores de países, línguas e culturas diferentes. E todos, além da aprendizagem formal, têm a oportunidade de se engajar, aprender e desenvolver relações duradouras para suas vidas. Ensinar e aprender podem ser feitos de forma muito mais flexível, ativa e focada no ritmo de cada um.
A tela sensível ao toque permite uma navegação muito mais intuitiva e fácil do que com o mouse. Crianças pequenas encontram os jogos e aplicativos muito mais rapidamente. Com o barateamento progressivo a partir de agora, estarão muito mais presentes dentro e fora da sala de aula. Permitem experimentar muitas formas de  pesquisa e desenvolvimento de projetos, jogos, atividades dentro e fora da sala de aula, individual e grupalmente. O professor não precisa focar sua energia em transmitir informações, mas em disponibilizá-las, gerenciar atividades significativas desenvolvidas pelos alunos, saber mediar cada etapa das atividades didáticas. Poderemos ensinar e aprender a qualquer hora, em qualquer lugar e da forma mais conveniente para cada situação. Os próximos passos na educação estarão cada vez mais interligados à mobilidade, flexibilidade e facilidade de uso que os tablets e ipods oferecem a um custo mais reduzido e com soluções mais interessantes, motivadoras e encantadoras. Não podemos esquecer que há usos dispersivos. É cada vez mais difícil concentrar-se em um único assunto ou texto, pela quantidade de solicitações que encontramos nas tecnologias móveis. Tudo está na tela, para ajudar e para complicar, ao mesmo tempo.
As tecnologias móveis desafiam as instituições a sair do ensino tradicional em que os professores são o centro, para uma aprendizagem mais participativa e integrada, com momentos presenciais e outros a distância, mantendo vínculos pessoais e afetivos, estando juntos virtualmente.
As inovações mais promissoras encontram-se em escolas que têm tecnologias móveis na sala de aula, utilizadas por professores e alunos. Os programas de um computador ou tablet por aluno, ainda em fase experimental em centenas de escolas municipais, estaduais e particulares, sinalizam mudanças muito importantes na forma de ensinar e de aprender. As aulas são mais focadas em projetos colaborativos, os alunos aprendem juntos, realizam atividades diversificadas em ritmos e tempos diferentes. O professor muda sua postura. Ele sai do centro, da lousa para circular orientando os alunos individualmente e em pequenos grupos. As aulas de 50 minutos não fazem sentido, porque dificultam a sequência de tempos para atividades de pesquisa, análise, apresentação, contextualização e síntese.

Tablets ou netbooks?

No momento atual é difícil escolher uma das duas ferramentas sem perder algo. Os tablets atraem mais, são mais intuitivos, fáceis de manusear, de ler. Aos poucos chegarão com comandos de voz, sem precisar tocar na tela para acontecer o que desejamos conseguir. Os netbooks aos poucos são mais rápidos, leves e com mais recursos. A tendência é a dos ultrabooks. Os tablets não privilegiam o ato de escrever, fundamental para aprender. Têm teclado, mas ainda não está totalmente integrado, de forma fácil para quem escreve muito. Percebo que é uma questão de pouco tempo para termos no mercado tablets que incorporem os melhores recursos dos notebooks mais poderosos. Na minha opinião não deveríamos, atualmente, optar por uma ou outra ferramenta exclusivamente, mas ter ambas disponíveis para os alunos, permitindo a escolha pessoal, de acordo com o perfil de cada um e de como vai utilizá-los mais. Os tablets e smartphones são mais avançados, inovadores e chamativos. Os notebooks procuram incorporar alguns dos avanços de ambos. É uma decisão ainda em aberto, aguardando a evolução integradora das tecnologias móveis.

 Alguns aplicativos para tecnologias móveis

Os aplicativos cada vez mais se adaptam aos principais sistemas operacionais, abertos e fechados. Os aplicativos mais interessantes que conheço, principalmente para smartphones, ajudam no aprendizado de línguas. Cursos inteiros podem ser acompanhados por podcast ou vídeos, com testes adequados e ambientes de colaboração como os que acontecem em redes sociais. Gosto, por exemplo, do LearnEnglish do British Council com histórias em capítulos, jogos, desafios e integração com Facebook e Twitter. Outro semelhante é o ESLPod com histórias do cotidiano e explicações das principais expressões em ritmos diferentes. Tem aplicativos como o Stitcher que organiza os programas de rádio e podcast por temas e línguas e são extremamente variados e atualizados e podem ser acessados a qualquer hora e de qualquer lugar. Tem o Google Earth e todas as possibilidades de utilização principalmente em Geografia, o YouTube com a imensa variedade de vídeos, de canais e de facilidade de postagem de novos vídeos feitos pelos alunos. O Google Sky Map – ao apontar o smartphone para o céu e o Google Sky Map mostrará as estrelas, planetas, constelações e muito mais para ajudar a identificar os objetos celestes em vista. O aplicativo mais conhecido é o Wikipedia - da maior enciclopédia online colaborativa. Também é interessante o Celeste CE - Basta apontar a câmera e ver exatamente onde cada objeto do Sistema Solar está localizado de dia ou noite. O My Class Schedule - Aplicativo para que o estudando organize horários de estudo, notas e todas as informações do seu curso. Tem os aplicativos que utilizam a localização por GPS e que permitem interagir com outras pessoas naquilo que se precisa, enviar fotos, trocar vídeos, desenvolver projetos juntos. A tendência é a de termos muitas mais soluções para todas as nossas necessidades. O que nunca pode faltar é a vontade e o gosto por aprender.

Projeto leva tablets para escolas municipais de SP
Por Monica Campi, de INFO Online • Quarta-feira, 01 de maio de 2013 - 19h30
 

São Paulo - Projeto desenvolvido por uma empresa paulistana aposta no uso da tecnologia para estimular o aprendizado de alunos do ensino infantil e fundamental em escolas da rede municipal no estado de São Paulo.
Atuando há mais de 7 anos com a Secretaria de Educação de Guaratinguetá, a empresa Planeta Educação estreou na última quinta-feira (25) mais uma etapa de seu programa educacional na região que leva tablets para as salas de aula.
Além da cidade de Guaratinguetá, projeto também já levou tablets para todas as escolas municipais do ensino infantil e fundamental dos municípios de Osasco e Taboão da Serra, ambas na região da Grande São Paulo.
Os alunos e professores das 44 escolas municipais de Guaratinguetá receberam modelos de dispositivos desenvolvidos em parceria com a Intel. Chamados de Classmate PC, os aparelhos, em formato de netbook, são conversíveis e se transformam em tablets com caneta stylus e tela sensível ao toque.
Os aparelhos têm acabamento emborrachado, suportam quedas de até 70 cm e resistem até 100 ml de água. E por terem uma estrutura mais reforçada, os alunos podem os utilizar em qualquer disciplina.
Cada turma usará os tablets semanalmente, em qualquer disciplina. Os alunos podem trabalhar em duplas ou grupos, dentro e fora do ambiente escolar e até mesmo em projetos multidisciplinares.
O objetivo principal do uso de tablets em salas de aula é possibilitar uma interatividade e colaboração entre alunos e professores, enriquecendo o sistema educacional.
“Os alunos podem levar os tablets ao visitar museus e anotar as informações, por exemplo. A produção desses conteúdos também possibilita ao professor criar aulas digitais com vídeos, imagens e podcasts”, afirma Ana Paula Paiva, orientadora de informática educacional da Planeta Educação.
A empresa acredita que o uso de tecnologias móveis trazem benefícios para o aprendizado, melhorando o processo de comunicação e socialização dos alunos e capacitando professores a desenvolver projetos diferenciados.
Para a especialista, os tablets são uma boa maneira de tornar os estudos mais atraentes, ou de simplesmente adaptá-los para a realidade em que as crianças vivem atualmente. “Os alunos não querem faltar nas aulas só para poder usar o tablet”, disse Ana Paula.
A empresa também afirma que a parceria com a Intel ajuda a disseminar os recursos e que o projeto é constantemente levado para as secretarias de educação. A Planeta Educação destaca que o uso da tecnologia levará os alunos a um mundo educacional com mais informações, oportunidades e criatividade.
“É a integração dessas novas tecnologias com os conteúdos acadêmicos que garante aos nossos estudantes o pleno desenvolvimento das habilidades e competências tão necessárias neste século XXI”, afirma Ana Paula.

Conclusão

Todas as tecnologias nos ajudam e ao mesmo tempo nos complicam. Depende de como as integramos no que pretendemos. Elas podem nos ajudar a aprender e a evoluir, mas também favorece a dispersão nas múltiplas telas, aparelhos, aplicativos, redes. Ajudam a comunicar-nos melhor, mas também a desfocar-nos, distrair-nos, tornar-nos dependentes. A educação é um processo rico e complexo de ajudar a aprender, a evoluir, a serem pessoas livres. As tecnologias fazem parte do nosso mundo, nos ajudam, mas ainda precisamos experimentar muito para encontrar caminhos de integração que nos permitam avanços significativos na escola e na vida.

Referências Bibliográficas
 ECA USP, Disponível em: http://www.eca.usp.br/moran/tablets.pdf
 



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