1. INTRODUÇÃO
Existem
vários tipos de gramática, que são: a Gramática Normativa que é aquela que
busca a padronização da língua, estabelecendo as normas do falar e escrever
corretamente, a Gramática Descritiva que ocupa-se da descrição dos fatos da língua,
com o objetivo de investigá-los e não de estabelecer o que é certo ou errado,
enfatizando o uso oral da língua e suas variações, a Gramática Histórica, que
estuda a origem e a evolução histórica de uma língua, e a Gramática
Comparativa, que se dedica ao estudo comparado de uma família de línguas. Neste
trabalho falaremos sobre a Gramática Normativa.
A
Gramática Normativa é considerada padrão ou culta, as formas de expressão que
não a seguem são consideradas desvios da língua, erros. No caso, tudo se
relaciona com a norma padrão e é basicamente a gramática, que conduz as
expressões tanto na escrita como na fala.
Ela
dita as normas gramaticais de uma determinada língua, classificando como
correta apenas umas forma de fala e escrita, e o que está fora de suas regras
são considerados erros gramaticais.
Esse
tipo de gramática, segundo Ana Paula de Araujo do site Info Escola, tem por fim
codificar o uso do idioma, induzindo as normas que representam o ideal de
expressão correta, tem como exemplo obras literárias consagradas e textos
científicos. Atualmente é muito criticada a por gramáticos, pois já se admitem
outras gramáticas como a descritiva, a gerativa, etc.
De acordo com Franchi, um dos fundadores
do departamento de Linguística da Unicamp, a Gramática é o conjunto sistemático
de normas para bem falar e escrever, estabelecida pelos especialistas, com base
no uso da língua consagrado pelos ‘bons escritores’ e dizer que alguém ‘sabe
gramática’ significa dizer que esse alguém conhece essas normas e as domina
tanto nocionalmente quanto operacionalmente. (FRANCHI, 1991, apud TRAVAGLIA,
1996: p.24).
2. FONÉTICA E FONOLOGIA
Os sons
da fala são modificações que a corrente de ar sofre através do aparelho
fonador, que é um conjunto de órgãos. Eles são: pulmões, brônquios, traquéia,
larinje, faringe, boca e fossas nasais. a fonética e fonologia fazem parte da
gramática normativa, que não admite outras gramáticas, admitindo apenas uma
forma correta para o uso da língua. Atualmente é criticada por alguns
gramáticos, já que hoje em dia existem a gramática descritiva, gerativa, etc.
As
formas mais prestigiadas da língua são valorizadas, tratando as variações
linguísticas como erros. Enquanto não forem dicionarizadas e acrescentadas à
gramática tradicional, serão tratadas como desvios da norma gramatical. A
gramática normativa toma como base os escritores consagrados e suas obras, para
estabelecer um padrão que deverá ser seguido, induzindo as formas de expressões
validadas pela norma culta. O intuito é padronizar a língua materna, com regras
para o uso oficial da comunicação verbal, inserida nas salas de aula, textos
científicos, obras literárias clássicas, discursos formais, etc. A variação da
língua não faz parte desse estudo, que cultiva a gramática tradicional.
No
âmbito da fala e do fonema, qualquer movimento, por mais leve que seja, dos
órgãos que constituem o aparelho fonador, determina uma diferenciada modalidade
de som da fala. Para a gramática, é relevante classificar os sons da fala que
distinguem uma palavra de outra. É a fonética que analisa os sons da fala,
tendo como perspectiva a sua natureza física e fisiológica. Já a fonologia (ou
fonêmica) estuda os fonemas, isto é, conjuntos de traços fônicos com que numa
língua se distinguem vocábulos que possuem significação diferente. Estes dois
ramos de estudo da ciência linguística se completam, pois com o apoio de uma
boa descrição fonética é possível apreender os quadros de fonemas de uma
língua.
O
estudo da acentuação chama-se prosódia. Entende-se por acento a força
expiratória com que uma sílaba opõe às que lhe ficam contíguas no corpo dos
vocábulos. O acento é o resultado da associação de qualidades físicas dos sons
da fala. Essas qualidades são: intensidade (maior ou menor força expiratória
com que são proferidos); altura (maior ou menor frequência com que vibram as
cordas vocais); timbre (ou metal de voz); e a quantidade (maior ou menor
duração com que são emitidos).
A
história da ortografia portuguesa divide-se em três períodos: o fonético; o
pseudo-etimológico; e o histórico-científico. Durante o período fonético, não
existia a preocupação de escrever de acordo com a origem das palavras, mas sim
com a maneira de pronunciá-las. A característica da grafia portuguesa arcaica é
a simplicidade e, principalmente, o sentimento fonético. No período
pseudo-etimológico surgiu o eruditismo, a vontade de imitar os clássicos
latinos e gregos, desejando aproximar a escrita portuguesa da latina. Tendo o
latim dos livros, grafavam approximar, abbade, gatto, bocca, etc., com isso,
ignorando que na evolução da língua, essas consoantes se simplificaram. Tal
ortografia estava com erros, com formas absurdas que contrariam a etimologia.
Foi durante o período histórico-científico que se tornou possível encarar, com
base científica, o problema da ortografia. O mestre português Aniceto dos Reis
Gonçalves Viana, notabilizou-se com a publicação de Ortografia
nacional , que foi o ponto de partida para o que se fez depois. Por causa
da repercussão da obra publicada, o governo português nomeou, em 1911, uma
comissão para estudar as bases da reforma ortográfica. Ainda em 1911, foi
oficializada a "nova ortografia" pelo governo português, e, em 1931,
ela foi estendida ao Brasil por um Acordo firmado entre a Academia das Ciências
de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras.
3. MORFOLOGIA
O
termo morfologia, tradicionalmente empregado,
designava o estudo das formas das palavras de uma língua. A gramática clássica
era dividida em três partes: flexão, derivação (ou formação de palavras) e
sintaxe.
Mesmo sendo
consideradas indivisíveis, as palavras apresentavam flexões (variações acidentais).
Como eram de base filosófica, o essencial nessa gramática era a classificação
das palavras de acordo com essas flexões.
Só no século
XIX, por volta de 1860, a palavra morfologia foi utilizada como termo
linguístico, envolvendo apenas a flexão e derivação. Esse nome teve influência
do modelo evolucionista de Darwin sobre os estudos da linguagem. Os gramáticos
e filólogos almejavam descobrir a origem da linguagem através do estudo da
evolução das palavras em indo-europeu. Houve, nesta época, um crescente
interesse no estudo sistemático dos processos de formação das palavras, pois os
gramáticos consideravam as formas mínimas constituintes das palavras como
elementos originários.
Para Saussure,
o pai da linguística, “a morfologia não tem objeto real e autônomo”. Alguns
linguistas, tendo em vista as inter-relações entre os dois níveis, morfológico
e sintático, preferem chamar morfossintaxe.
Mattoso
Câmara, porém, nega a tese de Saussure, aproveitando-se da noção de relação
associativa ou paradigmática. Entretanto, “nenhuma parte da língua pode ser
descrita adequadamente sem referência a toas as outras partes”. Isso significa
que, devido à inter-relação entre a fonêmica, a morfologia e a sintaxe de uma
língua não podem ser descritas isoladamente.
A morfologia
(morfe=forma, logia=estudo) é o ramo da linguística que estuda as formas das
palavras em diferentes usos e construções. Trata das estruturas internas das
palavras e dos seus constituintes significativos mínimos ou morfemas. Nida (apud Laroca, p. 14) define morfologia como “o
estudo dos morfemas e seus arranjos na formação das palavras.
Leonar Cabral,
em sua didática definição, considerando a morfologia como um ramo independente
da sintaxe, afirma que morfologia é “a parte da gramática que descreve as
unidades mínimas de significado, sua distribuição, variantes e classificação,
conforme as estruturas onde ocorrem, a ordem que ocupam, os processos na
formação de palavras e suas classes”.
Em
linguística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da
classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras
olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou
período. A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de
palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo,
Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição.
Segundo
Perini (2006), a morfologia é uma das disciplinas que se ocupa dos diferentes
aspectos das expressões lingüísticas chamados de componentes da gramática.
Então, constitui o estudo da estrutura interna de uma língua, aquilo que as
diferencia das outras línguas do mundo, e que não decorre diretamente de condições
da vida social ou do conhecimento do mundo.
Não podemos
esquecer que a gramática tradicional desenvolve bastante sobre a morfologia,
conforme Rocha (1999), o conteúdo dessas gramáticas é que pode ser duvidoso,
por isso é preciso tomar cautela, não tomar uma posição servil, de seguir a
risca tudo que está escrito e por outro lado, não tomar uma posição radical de
não aceitar nenhuma das colocações encontradas ali, pois tudo passou por um
estudo avançado e não se pode dizer que tudo que se encontra na gramática
tradicional é errôneo.
Rocha
(1999) aponta o compromisso com o ensino como um dos fatores que fazem com que
a morfologia seja ensinada da forma como é. Segundo ele, a pesquisa, de um modo
geral, não pode estar comprometida com qualquer fator que não seja a própria
pesquisa.
4. SINTAXE
A
sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e
em frases de discurso, e como na relação lógica das frases entre si. Ao emitir
uma mensagem verbal, o emissor dessa mensagem procura transmitir um significado
completo e compreensível e as palavras relacionadas combinam entre si, pois a
sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio das múltiplas possibilidades
que existem para a combinação das palavras e orações.
É uma
relação entre palavras de uma oração que entre elas. Ocorre o período de
concordância verbal e nominal, ou seja, sujeito e verbo, substantivo em relação
ao artigo de adjetivo numeral. Assim como regência, verbo que pede uma
preposição ou não, nominal que o nome vem acompanhado de uma preposição. Também
há a colocação, que se trata de certas colocações numa determinada frase e a
pronominal que vem acompanhada pela próclise, mesóclise e ênclise.
A
sintaxe pode ser encontrada na terceira pessoa do plural, concordando com o
sujeito. E caso tenha um adjetivo, ela talvez esteja concordando com o gênero e
com o substantivo a que a frase se refere. Nessas horas, a flexões de pessoa,
numero e gênero se correspondem.
Alguns
conceitos da gramática devem ser constantemente citados ao longo dos estudos.
Ela traduz com muito mais evidencia a emoção do emissor e também filtra a
razão, ou seja, mostra uma organização, até um distanciamento do emissor da
frase. Pois é o enunciador que organiza as palavras em torno do verbo, por isso
pode ter ou não um sentido completo.
A
sintaxe é um período simples, ela faz parte da gramática que estuda a
disposição das palavras na frase e nas frases de um discurso, e como na relação
lógica das frases entre si. Pois ao emitir uma mensagem verbal, o emissor
procura transmitir o significado, e para isso às palavras relacionadas são
combinadas entre si. A sintaxe é um meio para manusear as possibilidades que existem
na combinação de muitas palavras e orações, pois ela é essencial em qualquer
linguagem, basicamente as funções são para o sujeito e o predicado da oração e
da frase.
Por
ser o estudo das regras de construção das frases de línguas naturais, a sintaxe
faz parte da gramática, que estuda a disposição das palavras na frase e das
frases num discurso, incluindo a relação lógica entre as combinações possíveis
para transmitir o significado correto da frase ou oração a ser transmitida.
Na
linguística, a sintaxe é o ramo que estuda os processos generativos ou
combinados das frases das línguas naturais, tendo em si a função de especificar
a sua estrutura interna e seu funcionamento. O termo “Sintaxe” pode ser usado
nos estudos das regras que regem o comportamento de sistemas matemáticos como a
lógica e as linguagens de programação de programas para computadores.
A
sintaxe é importante para a unidade falada que a é a oração, não exatamente a
palavra ou o som, em termos práticos, o falante fala e o ouvinte ouve as orações,
o caso é quando a palavra é portadora de sentido completo.
Os
primeiros passos para isso surgiram na tradição europeia, no estudo da sintaxe
foram dados pelos antigos gregos, começando por Aristóteles que fora o primeiro
a dividir a frase em sujeitos e predicados, e o segundo contribuinte
fundamental fora Frege que critica a analise aristotélica, propondo uma divisão
de uma frase em função de seu argumento. O trabalho é fundamental, pois deriva
de toda lógica formal contemporânea e bom como a sintaxe formal, a filosofia
dedicou – se, sobretudo a investigação nas áreas da fonologia e morfologia, e
não tendo reconhecido o contributo fundamento de Frege, que só no século XX (20) que foi verdadeiramente
apreciada.
5. RUDMENTOS
DE ESTILÍSTICA E POÉTICA.
Funções da Linguagem, gramática e
estilística
Segundo Karl
Buhler a linguagem possui ter funções
primordiais: representação mental,
exteriorização psíquica e apelo.
Função
representativa: A língua nos fornece as formas que estabelecem, na
comunicação social, o modo de transmitirmos a nossa compreensão do mundo.
Função
de exteriorização psíquica: é
o veículo de nossos estados de alma.
Função
de apelo: Atuação sobre o
próximo na vida em comum.
Enquanto a gramática estuda as formas lingüísticas
no seu papel de propiciarem o intercâmbio social na comunidade, cabe á estilística estudar a expressividade
delas, ou seja, estudar a sua capacidade de transfundir a emoção e sugestionar os nossos semelhantes.
No entanto a
estilística vem complementar a gramática. Existem três campos estilísticos
importantes, a estilística fônica,
estilística léxica e a estilística
sintática.
Estilística
fônica
Estuda os recursos expressivos presentes no nível fônico da
língua. Na prosódia, por exemplo, os acentos de altura e intensidade podem
apresentar valor afetivo, como se percebe na valorização prosódica do vocábulo
só no célebre soneto Sete anos de pastor, de Luís de Camões:
Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só / por prêmio pretendia.
A evocação sonora sugerida pelos fonemas também pode ser
explorada estilisticamente nas aulas de português. Veja-se, por exemplo, o
poema Os sinos, de Manuel Bandeira:
Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da paixão, pelos que lá vão!
Sino da paixão bate bão-bão-bão.
Através do estudo da estilística fônica pode o professor despertar em seus alunos o gosto pelo bom uso dos recursos sonoros da língua, evitando as silabadas e cacofonias nas redações escolares. Pode também chamar a atenção do estudante para o emprego expressivo das onomatopéias, homoteleutos, aliterações, coliterações e assonâncias.
Onomatopéia
Onomatopéia é a tentativa de
reprodução de sons por meio de palavras. A palavra tenta imitar os sons.
O
avião chama-se teco-teco porque o funcionamento do seu motor produz um som
parecido com teco-teco. O mesmo acontece com o instrumento reco-reco.
A
onomatopéia é muito comum na linguagem infantil: ai, ui, tóim, bam, bum etc...
Todas essas e muito mais são expressões onomatopéicas
ou onomatopaicas.
Esse
fenômeno existe em nossa língua assim como em várias línguas do mundo.
Estilística Léxica:
Abrange os
estrangeirismos; regionalismos, arcaísmos, neologismos, palavras eruditas ou
populares. Não prescinde igualmente da sonoridade e do teor semântico dos
vocábulos. Grande é a preocupação do escritor com a seleção vocabular, até
porque a seleção esta condicionada à natureza do gênero literário. A linguagem
lírica de modo algum é igual à linguagem épica ou dramática. Difícil é a
escolha entre sinônimos e antônimos. Quanto aos sinônimos, a situação se toma
mais precária, sobretudo porque existem sinônimos imperfeitos, de significação
apenas aproximada. Cão e cachorro podem assumir acepção diferente. Além disso,
há o aspecto do volume e sonoridade da palavra. Os vocábulos polissilábicos em
geral indicam ideia de grandeza, têm mais sonoridade em contraste com os
monossílabos. Interessante observar a distinção de Bally entre palavras transmitidas
e adquiridas. As transmitidas, por serem recebidas do ambiente doméstico, são
afetivas. As adquiridas vêm depois, resultam da experiência da vida, da
integração no grupo social. São mais conceituais.
Com
relação às palavras eruditas, estas se desenvolveram com o Renascimento, quando
se processou verdadeira latinização da língua portuguesa. Teve continuidade com
o Parnasianismo e constituindo-se até mesmo em preferências pessoais. Rui
Barbosa, Coelho Neto, Euclides da Cunha são exemplos de eruditismos. Com o
Modernismo, procurou-se valorizar e estilizar a língua popular. Emprego de ter
no lugar de haver. Colocação livre dos pronomes átonos. Uso de palavras
populares, de neologismos. Famoso é o poema de Bandeira:
Beijo
pouco, falo menos ainda
Mas invento
palavras
que
traduzem a ternura funda
E mais
cotidiana
Polissemia:
A polissemia é o fenômeno pelo qual uma palavra vai
adquirindo vários significados. Estes, em geral, têm algo em comum. A cada um
deles dá-se o nome de acepção:
- A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.
-Ele é o cabeça
da rebelião.
-Sabrina tem boa cabeça.
Homônimos:
Homônimos são
palavras com escrita ou pronúncia iguais, com significado (sentido) diferente.
- O político foi cassado por
corrupção.
- O lobo foi caçado por
bandidos.
Tipos
de homônimos: homógrafos, homófonos e homônimos perfeitos.
Homógrafos
: mesma grafia e som diferente.
- Eu começo a trabalhar em breve.
- O começo do filme foi ótimo.
Homófonos:
grafia diferente e mesmo som.
- A cela do presídio está lotada.
- A sela do cavalo está velha.
Homônimos
perfeitos: mesma grafia e som.
- Vou pegar dinheiro no banco.
- O banco da praça quebrou.
Parônimos:
São
palavras que apresentam significados diferentes embora sejam parecidas na
grafia ou na pronúncia
“Estória”
é a grafia antiga de “história” e essas palavras possuem signficados
diferentes. Quando dizemos que alguém nos contou uma
estória,
nos referimos a uma exposição romanceada de fatos imaginários, narrativas,
contos ou fábulas; já quando dizemos que fizemos prova de história, nos
referimos a fatos históricos, que se baseiam em documentos ou testemunhas.
Ambas as
palavras constam no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia
Brasileira de Letras. Porém, atualmente, segundo o Novo Dicionário Aurélio da
Língua Portuguesa, é recomendável usar a grafia “história” para denominar ambos
os sentidos.
exemplos de parônimos
Flagrante
(evidente) - Fragrante (perfumado)
Mandado
(ordem judicial) - Mandato (procuração)
Arrear
(pôr arreios) - Arriar (descer,cair)
São palavras
que se tem a grafia diferente, mas parecidas e significados diferentes.
Estilística Sintática:
É o desvio das
regras de sintaxe com o objetivo de atingir mais expressividade, para alcançar
uma maior identificação com o público.
Na sintaxe de colocação, cabe ressaltar a posição do
adjetivo como marcador semântico-estilístico (pobre homem = homem infeliz;
homem pobre = carente de recursos), a permutabilidade substantivo/adjetivo
(autor defunto/defunto autor), os casos de hipálage (adjetivação inusitada: “As
criadas remendavam meias sonolentas.” por “As criadas sonolentas remendavam
meias.”), o deslocamento e a elipse de termos, o anacoluto (desconexão
sintática), a colocação pronominal, todos constituem recursos expressivos,
quando produzidos com motivação estilística. A gradação sintático-semântica
também pode ser estudada, como neste exemplo de Vieira: “Tão dura, tão áspera,
tão injuriosa palavra é um não”.
Anacoluto
Emprego de um termo solto (ou
expressão) a que se faz na frase alguma referência. Abandono da construção
gramatical utilizada numa frase ou verso para se adoptar outra construção.
Verifica-se, por exemplo, quando uma oração que parece ser a principal fica em
suspenso pelo aparecimento de outra oração que a faz seguir noutro sentido.
Exemplos:
"Eu, por bem farão de mim tudo
e por mal, nada."
"Tua mãe, não há idade nem
desgraça que lhe amolgue a índole rancorosa." - Camilo Castelo Branco
Infinitivo
flexionado:
O infinitivo é flexionado quando pode ser substituído por
um tempo finito (indicativo ou subjuntivo, em geral):
É preciso saírem
logo (saírem = que saiam).
O coronel intimou-os
a se renderem (a que se rendessem).
É tempo de partires (de que partas).
Outros casos de infinitivo flexionado
- Quando o sujeito é indeterminado: Vi executarem os
criminosos. / Ouvi cantarem o hino de várias formas
- Quando o infinitivo é o sujeito: O quereres tudo me
surpreende. / O morrerem pela pátria é sina de alguns soldados.
Pronomes Átonos:
É o estudo da colocação
dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em
relação ao verbo.
Os pronomes
átonos podem ocupar 3 posições: antes do verbo
(próclise), no meio do verbo (mesóclise) e depois do verbo (ênclise).
Esses pronomes
se unem aos verbos porque são “fracos” na pronúncia.
Próclise:
Usamos a
próclise nos seguintes casos:
Com palavras ou
expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de modo algum.
- Nada me
perturba.
- Ninguém se
mexeu.
Com conjunções
subordinativas: quando, se, porque, que, conforme, embora, logo, que.
- Quando se
trata de comida, ele é um “expert”.
- É necessário que
a deixe na escola.
Advérbios
- Aqui se
tem paz.
- Sempre me dediquei
aos estudos.
Pronomes relativos, demonstrativos e indefinidos.
- Alguém me
ligou? (indefinido)
- A pessoa que me ligou era minha
amiga. (relativo)
- Isso me
traz muita felicidade. (demonstrativo)
Em frases
interrogativas.
- Quanto me
cobrará pela tradução?
Em frases
exclamativas ou optativas (que exprimem desejo).
- Deus o
abençoe!
- Macacos me
mordam!
- Deus te
abençoe, meu filho!
Com verbo no
gerúndio antecedido de preposição EM.
- Em se
plantando tudo dá.
- Em se
tratando de beleza, ele é campeão.
Com formas
verbais proparoxítonas
- Nós o
censurávamos.
Mesóclise:
Usada quando o
verbo estiver no futuro do presente (vai acontecer – amarei, amarás, ...) ou no
futuro do pretérito (ia acontecer mas não aconteceu – amaria, amarias, ...)
- Convidar-me-ão
para a festa.
-
Convidar-me-iam para a festa.
Se houver uma
palavra atrativa, a próclise será obrigatória.
- Não (palavra
atrativa) me convidarão para a festa.
Enclise:
Ênclise é o emprego do pronome oblíquo depois do verbo.
Pode ocorrer:
Verbo iniciando período ou oração
Exemplo: Sabe-se que o aquecimento global está aumentando.
Verbo no Imperativo Afirmativo
Exemplo: Menino, levante-se.
Verbo no gerúndio
* Desde que não haja preposição em.
Exemplo: Para tratar o enfermo psíquico, não basta ter pena dele, consolando-o e ouvindo com interesse.
Verbo no infinitivo impessoal
Exemplo: Não sou desumano, não traria o bicho aqui para
maltratá-lo.
Tipos de
Discurso: direto indireto e indireto livre
Ao
lermos um texto, observamos que há um narrador, que é quem conta o fato. Esse
locutor ou narrador pode introduzir outras vozes no texto para auxiliar a
narrativa.
Para fazer a introdução dessas outras vozes no
texto, a voz principal ou privilegiada, o narrador, usa o que chamamos de
discurso. O que vem a ser discurso dentro do texto? Discurso é a forma como as
falas são inseridas na narrativa.
O discurso pode ser classificado em: direto,
indireto e indireto livre.
Discurso
direto: reproduz fiel e literalmente algo
dito por alguém. Um bom exemplo de discurso direto são as citações ou
transcrições exatas da declaração de alguém.
- Primeira pessoa (eu, nós) – é o narrador quem
fala, usando aspas ou travessões para demarcar que está reproduzindo a fala de
outra pessoa.
Exemplo
de discurso direto: “Não gosto disso” –
disse a menina em tom zangado.
Discurso
indireto: o narrador, usando suas próprias
palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos então uma mistura de
vozes, pois as falas dos personagens passam pela elaboração da fala do
narrador.
- Terceira pessoa - ele(s), ela(s) – O narrador
só usa sua própria voz, o que foi dito pela personagem passa pela elaboração do
narrador. Não há uma pontuação específica que marque o discurso indireto.
Exemplo
de discurso indireto: A menina disse em
tom zangado, que não gostava daquilo.
Discurso
indireto livre: É um discurso misto onde
há uma maior liberdade, o narrador insere a fala do personagem de forma sutil,
sem fazer uso das marcas do discurso direto. É necessário que se tenha atenção
para não confundir a fala do narrador com a fala do personagem, pois esta surge
de repente em meio a fala do narrador.
Exemplo
de discurso indireto livre: A menina perambulava
pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! E parecia que ninguém a
ouvia.
FIGURAS DE LINGUAGEM:
Figuras de estilo / figuras de retórica
(Portugal) ou figuras de linguagem (Brasil) são estratégias que o
escritor pode aplicar no texto para conseguir um determinado efeito na
interpretação do leitor, que são características globais do texto. Podem
relacionar-se com aspectos semânticos, fonológicos ou sintáticos das palavras afetadas. É muito usada no dia-a-dia das
pessoas, nas canções e também é um recurso literário.
Metáfora:
Metáfora: Metáfora é uma
figura de linguagem em que há o emprego de uma palavra ou uma expressão, em um
sentido que não é muito comum, em uma relação de semelhança entre dois termos.
Metáfora é um termo que no latim, "meta" significa “algo” e “phora”
significa "sem sentido". Esta palavra foi trazida do grego onde metaphorá
significa "mudança" e "transposição".
Metáfora é a
comparação de palavras em que um termo substitui outro. É uma comparação
abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido. Por exemplo,
dizer que um amigo "está forte como um touro". Obviamente que ele não
se parece fisicamente com o animal, mas está tão forte que faz lembrar um
touro, comparando a força entre o animal e o indivíduo.
Metonímia:
Metonímia ou transnominação é uma figura de linguagem que
consiste no emprego de um termo por outro, dada a relação de semelhança ou a
possibilidade de associação entre eles. Por exemplo, "Palácio do Planalto"
é usado como um metônimo (uma instância de metonímia) para representar a
presidência do Brasil, por ser localizado lá o gabinete presidencial.
A metonímia é geralmente utilizada para a não repetição
de palavras em textos. Como em entrevistas nas quais o entrevistado (ex.: Jorge
Amado) pode tanto ser chamado pelo primeiro nome, pelo sobrenome ou pelo nome
completo (ex.: Jorge declarou, Amado declarou, ou Jorge Amado declarou).
É a utilização de uma palavra ou parte da significação da
palavra, a fim de passarmos uma ideia.
Na metonímia, um termo substitui outro não porque a nossa
sensibilidade estabeleça uma relação de semelhança entre os elementos que esses
termos designam (caso da metáfora), mas porque esses elementos têm, de fato,
uma relação de dependência. Dizemos que, na metonímia, há uma relação de
contiguidade entre sentido de um termo e o sentido do termo que o substitui.
Contiguidade significa “proximidade”, “vizinhança”.
Figuras de construção:
Elipse:
Elipse é a figura
de linguagem que consiste em omitir um termo da frase
que não foi enunciado anteriormente na frase, mas podemos facilmente
identificá-lo pelo contexto.
Leia a seguinte afirmação, extraída da obra de Autran
Dourado:
“A praia
deserta, ninguém àquela hora na rua”.
Observe que após
o vocábulo “ninguém”, está implícito o verbo estava. Ele não aparece na
afirmação, mas podemos notar sua ausência pelo contexto. Por isso dizemos que
aqui ocorreu elipse do verbo estava.
Zeugma:
Trata-se de um caso especial de elipse, quando
o termo omitido já tiver sido expresso anteriormente.
Observe:
Observe:
Os rapazes entraram com tamanha algazarra que
quebraram o vidro da porta.
Vamos jogar, só nós dois? Você chuta para mim e
eu para você .
( = … e eu chuto para você.)
( = … e eu chuto para você.)
No segundo exemplo, o verbo omitido deve, se
expresso, concordar com o sujeito eu. Era "chuta", na 3º pessoa do
singular; passa a ser “chuto” , na 1ª pessoa do singular. Em geral, os zeugmas
são uma elipse e um termo que é uma forma flexionada de um termo que já
apareceu.
Assíndeto:
É uma figura
caracterizada pela ausência, pela omissão das conjunções coordenativas,
resultando no uso de orações coordenadas assindéticas. Exemplo:
Tens casa, tens roupa, tens amor, tens família.
"Vim, vi, venci." (Júlio César)
"Vim, vi, venci." (Júlio César)
Reticência:
As reticências são, na escrita, a sequência de
três pontos (sinal gráfico: …) no fim, no início ou no meio de uma frase.
A utilização deste género de pontuação indica um pensamento ou ideia que ficou
por terminar e que transmite, por parte de quem exprime esse conteúdo, reticência,
omissão de algo que podia ser escrito, mas que não é.
Pleonasmo:
Consiste na repetição de um termo ou ideia, com as
mesmas palavras ou não. A finalidade do pleonasmo é realçar a ideia, torná-la
mais expressiva. Veja este exemplo:
-Vamos subir para
cima.
Polissíndeto
É uma figura
caracterizada pela repetição enfática dos
conectivos. Observe o exemplo:
"Falta-lhe o solo aos pés: recua e
corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba,
e se espedaça, e morre." (Olavo Bilac)
Hipálage:
A hipálage é uma figura de linguagem que cria uma
desarmonia, um desajuste entre os termos gramaticais e semânticos, ou seja,
entre a função e o sentido das palavras na frase, de forma a produzir uma
translação no significado.
Substantivos
tomam sentido de adjetivos e adjetivos se ligam a outros termos, por exemplo.
É uma figura
muito usada literariamente, como nas escolas do
Realismo e Simbolismo. Certamente muito utilizada pelos surrealistas e
impressionistas. Em Portugal, Eça de Queirós é um escritor que recorre bastante a esta figura.
Hipérbato:
Alteração da ordem mais comum das palavras, prejudicando a clareza da
expressão, com o objetivo de por em destaque
um vocábulo ou expressão, ou por motivos eufónicos (rima, ritmo), ou ainda para
produzir efeitos de surpresa. São duas as modalidades do hipérbato: 1. A
inversão — que consiste na troca da ordem de palavras de um grupo sintático,
sem que nele se intercale nenhuma palavra alheia a esse grupo. 2. A disjunção
— que consiste no intercalar de um vocábulo ou expressão que vem separar os
elementos do mesmo grupo sintático (por exemplo, sujeito e verbo, substantivo e
seu adjetivo…)
Exemplo:
"Casos, que
Adamastor contou futuros." (= Casos futuros que...) - Luís de
Camões
Inversão:
"As roucas
rãs soavam
Num charco de
água negra e ajudavam
Do pássaro
nocturno o triste canto" - Luís de Camões
Disjunção:
"Essas
vólucres amo, Lídia, rosas" - Ricardo Reis
Sínquise:
Consiste numa inversão de tal
ordem tão violenta, que a frase se torna obscura ou ininteligível:
Um cãozinho tinha o Paulo
fofinho e peludinho.
“Enquanto
manda as ninfas amorosas por grinaldas de rosas nas cabeças.” (Camões)
"A
grita se levanta ao céu, da gente." (Camões)
Eis a ordem direta das frases acima:
O Paulo
tinha um cãozinho fofinho e peludinho
Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de rosas
nas cabeças.
A grita da gente se levanta ao
céu.
Os poetas barrocos levaram este tipo de construção até aos
seus limites de compreensão como esta sínquise de um conhecido soneto de
Gregório de Matos:
"Tu de amante o teu fim
hás encontrado."
Anáfora:
anáfora é um elemento linguístico que estabelece uma
referência dependente com um termo antecedente, é uma palavra herdada
do grego “anaphorá” e do latim “anaphora”.
Designa-se ANÁFORA o termo ou expressão que, em um texto ou discurso,
faz referência direta ou indireta a um termo anterior. O termo anafórico retoma
um termo anterior, total ou parcialmente, de modo que, para compreendê-lo
dependemos do termo antecedente.
Vejamos alguns
exemplos de ANÁFORA:
João está doente.
Vi-o na semana passada.
(pronome “o” retoma
o termo “João”.)
Ana comprou um
cão. O animal já conhece todos
os cantos da casa.
(o
termo “o animal” faz referência ao termo
antecedente “o cão”)
Epístrofe:
Consiste na repetição de uma
ou mais palavras no fim de sucessivos
versos ou no fim de cada um dos
membros da frase:
"Parece que eles vieram ao mundo para ser ladrões:
nascem de pais ladrões, criam-se em meio a ladrões, morrem como ladrões."
(Heitor Pinto)
"Os animais
não são criaturas? As árvores não são criaturas? As pedras não são
criaturas?" (Vieira)
Símploce:
Consiste na repetição de uma
ou mais palavras no começo e no fim
de cada um dos membros da frase. Observe:
Hoje, não quero pensar senão
na arte nova; hoje não me agrada cantar senão a canção nova.
Concatenação:
Consiste na repetição da
última palavra de um seguimento de verso ou de um membro da frase no início do seguinte:
"Quero escrever sem saber, / Sem saber o que
dizer." (Milano)
O mau-humor
produz a impaciência; da impaciência nasce à cólera; a violência; e a violência
conduz ao crime.
Figuras de
pensamento:
Antítese:
A antítese consiste na
utilização de termos, palavras ou orações que se opõem quanto ao sentido. Veja
alguns exemplos:
O amor e o ódio caminham lado a lado.
A verdade e a mentira fazem parte do dia a dia.
Perceba que no mesmo contexto foram utilizadas palavras que possuem
sentidos opostos: AMOR X ÓDIO e VERDADE X MENTIRA
Paradoxo:
O paradoxo também se
fundamenta na oposição, só que esta ocorre entre o mesmo referente, por isso é
mais profundo, pois permeia o âmbito das ideias, não simplesmente das palavras
ou orações, como na antítese. Veja o exemplo:
Os mesmo braços que serviram de abrigo hoje transmitem solidão.
O paradoxo, no exemplo, está sendo representado pela oposição entre
ideias: Como é possível o mesmo braço abrigar e trazer solidão?
Os exemplos e a explicação objetivaram esclarecer que tanto a antítese
quanto o paradoxo são figuras pautadas na oposição. Entretanto, o que as
diferencia é exatamente o seu campo de atuação. A antítese opõe palavras que já
são de natureza opostas, enquanto o paradoxo opõe ideias opostas entre si, como
visto no exemplo acima.
.Clímax:
A figura de estilo conhecida como clímax, ou gradação
ascendente, consiste na apresentação de uma sequência de ideias em
andamento crescente. Há, contudo, autores que consideram que clímax ou gradação
são o mesmo (incluindo, neste caso, também a gradação descendente, também
designada por alguns autores como anticlímax).
Um exemplo é dado neste excerto de Cecília Meireles:
"Por mais que
me procure, antes de tudo ser feito,
eu era amor. Só
isso encontro.
Caminho, navego,
vôo,
sempre amor
(…)"
Ou mesmo nesta passagem bíblica de Paulo de Tarso na Primeira Epístola aos Coríntios, capítulo 13, versículo 7:
"[O Amor] tudo sofre, tudo
crê, tudo espera, tudo suporta."
ou, mesmo, o final desta famosa passagem (versículo 13):
"Agora, pois, permanecem a Fé,
a Esperança, o Amor, estes três; mas o maior destes é o Amor".
Preterição:
É a figura pelo qual o escritor
ou orador finge que não vai tratar um determinado assunto, mas dele vai
falando, seja para efeito de ironia, seja de realce. Esta estratégia tem,
também, a finalidade de afastar as réplicas do público à teoria que se expõe:
- Sem
querer falar de suas mentiras, mas já falando [...].
- Não
pretendo aqui lembrar que o réu é um herói de guerra [...].
- "Não vos
direi, pois, senhores, quão grandes e quão afortunados foram seus feitos na paz
e na guerra, por terra e por mar [...]."
Antífrase ou irônia:
Em sentido
amplo, é uma figura de expressão que visa a ridicularização ou à sátira.
Segundo Pires,
existem três tipos de ironia:
- asteísmo:
quando louva;
- sarcasmo:
quando zomba;
- antífrase:
quando engrandece ideias funestas, erradas, fora de propósito e quando se faz
uso carinhoso de termos ofensivos.
Eufemismo:
Eufemismo
é um tipo de linguagem que substitui um termo, ou uma expressão rude, por outro
mais suave e agradável, para que a pessoa não se ofenda. O eufemismo tem o
objetivo de suavizar uma palavra ou expressão.
O
eufemismo é muitas vezes utilizado com um sentido pejorativo e inadequado,
geralmente em frases que se referem à morte. Frases como "Ir para a terra
dos pés juntos", "Comer capim pela raiz", "Vestir o paletó
de madeira", são eufemismos e são indelicadas ao mesmo tempo.
O
eufemismo também pode ter um caráter cômico, geralmente presente em expressões
populares. Porém, como diz a própria definição, não deve ser usado quando o
assunto é mais polêmico ou de grande impacto, como a morte, pois acaba perdendo
a sua função.
Exemplos:
"Você
é desprovido de beleza." (Para não chamar a pessoa de feia)
"Você
faltou com a verdade." (Para não chamar o indivíduo de mentiroso)
Alusão ou
citação
Quando um autor
se vale de trechos, imagens ou personagens de um outro autor para a confecção
de sua obra.
E quando escutar um samba-canção
Assim como Eu preciso
aprender a ser só
Reagir e ouvir o coração responder:
Versificação:
METRO
Metro
é a medida ou extensão da linha poética. Os poetas de língua portuguesa
têm usado, dentro da poética tradicional, doze espécies de versos: de uma até
doze sílabas. São relativamente raros os exemplos de versos metrificados que
ultrapassam esta medida.
Segundo
o número de sílabas, os versos se dizem monossílabos, dissílabos, trissílabos,
tetrassílabos, pentassílabos, hexassílabos, heptassílabos, octossílabos,
eneassílabos, decassílabos, hendecassílabos e dodecassílabos.
Alguns
versos possuem ainda denominações especiais: redondilha menor (o de 5 sílabas),
redondilha maior (o de 7 sílabas), heróico (o de 10 sílabas), alexandrino (o de
12 sílabas). As sílabas métricas,
isto é, as sílabas dos versos, nem sempre coincidem com as sílabas gramaticais.
A contagem das sílabas métricas faz-se auditivamente e subordina-se aos
seguintes princípios:
l)
Quando duas ou mais vogais se encontram no fim de uma palavra e começo de
outra, e podem ser pronunciadas numa só emissão de voz, unem-se numa única sílaba
métrica. Exemplos:
1 2
3 4 5
6 7
8 9 10
"A i|da|de aus|te|ra e | no|bre a | que |
che|ga|mos." È È È È (Alberto de Oliveira)
1 2
3 4 5
6 7 8
9 10
A|cha em | lu|gar | da | gló|ria o| lo|do
im|pu|ro." È È È (Olavo Bilac)
Observações:
a) Para que tais uniões
vocálicas não sejam duras e malsoantes, as vogais (pelo menos a primeira delas)
devem ser átonas e não passar de três;
b) Não se unem vogais
tônicas (vi | ó|dios; es|tá | ú|mi|do, etc.) nem é aconselhável juntar tónicas
com átonas (a|li | o | ve|jo; se|rá |es|po|sa, etc.).
2) Ditongos crescentes
valem, geralmente, uma só sílaba métrica: de-lí-cia, pie-do-so, tê-nue,
per-pé-tuo, sá-bio, quie-to, i-ní-quo:
1 2 3
4 5 6 7
8 9 10
0|pe|rá|rio | mo|des|to, a|be|lha |po|bre.
(Olavo Bilac)
Observação:
As vezes, porém, poetas
dissolvem ditongos crescentes em hiatos. A esta dissolução chama-se diérese:
1 2
3 4 5
6 7 8
"Nem | fez | cas|te |los | gran|di|o|sos
1 2
3 4 5 6 7
8
so|bre as | a|rei |as | mo|ve |di |ças?"
(Cabral do Nascimento)
3) Não se conta(m) a(s)
sílaba(s) que segue(m) ao último acento tônico do verso.
Exemplo:
1
2 3 4
5 6 7
8 9 10
"Quan|do | no | poen|te o | sol | des
|do|bra as |clâ|mides
1
2 3
4 5
6 7
8 9 10
de | san|gue e | de oi| ro | que | nos | om
|bros | le|va," (Cabral do Nascimento)
Observação:
Esta regra só atinge versos graves (= os que
terminam por palavra paroxítona) e esdrúxulos (= os que terminam por palavra
proparoxítona). Nos versos agudos (= os que terminam por palavra oxítona),
contam-se, é óbvio, todas as sílabas:
1
2 3 4 5
6 7 8 9 10
"Dei|xa | cor |rer |a | fon|te | da i |lu
|são!" (Cabral do Nascimento)
PROCESSOS PARA A REDUÇÃO DO NÚMERO DE
SÍLABAS MÉTRICAS
Para atender às exigências da métrica, os poetas
recorrem à:
1) crase (fusão de duas
vogais iguais numa só): acalma [al-ma]; o ódio [d-áio]; fogé~è grita
[fo-ge-gri-ta]
2) elisão (supressão da
vogal átona final de um vocábulo, quando o seguinte começa por vogal): Ela
estava só [e-les-ta-va-so]; duma (por de uma); como um bravo [co-mum-bra-vo]
3) sinalefa ou
ditongação (fusão de uma vogal átona final com a seguinte, formando ditongo):
este amor [es-tia-mor], È sobre o mar[so-briu-mar], È aquela imagem
[a-que-lei-ma-gem], È moço infeliz [mo-çuin-fe-liz] È
4) sinérese
(transformação de um hiato em ditongo, na mesma palavra): crueldade
[cruel-da-de}, luar, fiel, magoado [ma-gua-do}
5) ectlipse (supressão
de um fonema nasal final, para possibilitar a crase ou ditongação): co, cos,
côa, côas (por com o, com os, com a, com as)
6) aférese (supressão
de sílaba ou fonema inicial): té (por até), inda (por ainda), 'stamos (por
estamos)
RITMO
O ritmo resulta da regular sucessão de sílabas átonas (= fracas) e de sílabas tônicas (== fortes). É o elemento melódico do verso, tão essencial e indispensável à poesia quanto à música. Juntamente com a rima transmite aos versos um misterioso poder de emoção e encantamento. Os acentos tônicos, ou as sílabas tônicas, devem repetir-se com intervalos regulares, de modo a cadenciar o verso e torná-lo melodioso. Não se distribuem arbitrariamente, mas devem, segundo a espécie do verso, recair em determinadas sílabas, de acordo com os critérios seguintes:
l) Os versos
monossílabos, muito raros, têm um só acento tônico ou predominante: "Pingo
dágua, pinga, bate tua mágoa!" "Quem não tem seu bem que não vem? Ou
vem mas em vão? Quem?" (Cassiano Ricardo)
2) Os versos
dissílabos, pouco freqüentes, têm o acento tônico na 2ª sílaba: "Um raio
Fulgura No espaço È Esparso De luz." (G. Dias) "Ao trote Do baio, Que
doce Lembrança O rosto Da moça Que mora Na serra, No rancho De palha!"
(Ribeiro Couto)
3) Os versos
trissílabos requerem o acento predominante na 3ª sílaba, podendo, no entanto,
apresentar um acento secundário na 1ª sílaba: Ç "Vem a aurora Pressurosa,
Cor-de-rosa, Que se cora De carmim." (Gonçalves Dias)
4) Os versos
tetrassílabos têm, mais freqüentemente, os acentos tônicos na 2ª e 4ª sílabas
e, menos vezes, na 1ª e 4ª sílabas ou apenas na 4ª sílaba: "O sol desponta
Lá no horizonte, Dourando a fonte, È E o prado e o monte, È È E o céu e o
mar." (Gonçalves Dias) È È
5) Os versos
pentassílabos podem apresentar as seguintes cadências: "Já dormiram todos,
(1ª, 3ª e 5ª sílabas) Pássaros celestes (1ª e 5ª) me virão cantar (3ª e 5ª) do
lado do mar." (2ª e 5ª) (Cecília Meireles)
6) Os versos
hexassílabos podem ter os acentos obrigatórios na 6a sílaba juntamente com uma
ou duas das quatro primeiras sílabas: "Ide-vos! Na verdade Não quero ser
assim. A minha liberdade Vive dentro de mim." (Cabral do Nascimento)
7) Os versos
heptassílabos admitem as seguintes modalidades rítmicas: "Surgem velas
muito além." (1ª, 3ª, 5ª e 7ª) "Todo o tempo me sobeja." (1ª, 3ª
e 7ª) "Viveria sempre lá." (3ª, 5ª e 7ª) "De que tudo
acontecesse." (3ª e 7ª) "Tudo o que está para trás." (1ª, 4ª e
7ª) "O tempo tudo melhora." (2ª, 4ª e 7ª) "Ou foi ou jamais
começa." (2ª, 5ª e 7ª) "Que se prolonga sem pressa." (4ª e 7ª)
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